segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Câncer de próstata

 A neoplasia da próstata é o tumor mais comum em homens com idade superior a 45 anos. Com o avanço da medicina e de outras áreas que interferem diretamente com a saúde, espera-se para as próximas décadas uma população cada vez maior de homens atingindo faixas etárias bem superiores às de antigamente. Atualmente, existem no país diversas campanhas de detecção precoce dessa neoplasia.

A próstata é um órgão do sistema reprodutor masculino que ajuda a produzir e armazenar fluido seminal. Ela envolve parte da uretra, o ducto que carrega a urina da bexiga durante o ato de urinar e carrega o sêmen durante a ejaculação.
Devido a sua localização, as doenças da próstata geralmente afetam o controle urinário, ejaculação e raramente a evacuação.

As glândulas da próstata necessitam de hormônios masculinos, conhecidos como andrógenos, para funcionar corretamente. Os andrógenos também são responsáveis pelas características sexuais secundárias dos homens, como os pelos da face e uma massa muscular aumentada. Quando as células normais são danificadas, elas são eliminadas por apoptose (morte celular programada). As células cancerosas evitam a apoptose e continuam a se multiplicar de maneira descontrolada.

O câncer de próstata é classificado como um adenocarcinoma, que inicia quando as células glandulares secretoras de sêmen da próstata sofrem mutações e se transformam em células cancerosas. Inicialmente, pequenos agrupamentos de células cancerosas se mantêm confinados às glândulas prostáticas normais, uma condição conhecida como carcinoma in situ ou neoplasia intra-epitelial prostático (NIP ou PIN). Embora não haja prova de que a NIP seja uma precursora do câncer, ela está intimamente relacionada ao câncer.

Ao longo do tempo estas células cancerosas começam a se multiplicar e se espalhar para o tecido prostático circundante (o estroma) formando um tumor. O tumor pode crescer ao ponto de invadir órgãos próximos a ele, como as vesículas seminais ou o reto. As células tumorais ainda podem desenvolver a habilidade de viajar através da corrente sanguínea e sistema linfático. O câncer de próstata é considerado um tumor maligno porque é uma massa de células que pode invadir outras partes do corpo. Esta invasão de outros órgãos é chamada de metástase. O câncer de próstata geralmente gera metástase nos ossos, linfonodos, reto e bexiga urinária.

O aumento nas taxas de incidência pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos, melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e aumento na expectativa de vida do brasileiro.

A mortalidade por câncer de próstata é relativamente baixa, o que em parte reflete seu bom prognóstico. É de extrema importância o diagnóstico precoce, sobretudo porque o câncer de próstata causa sintomas semelhantes aos da hiperplasia prostática benigna, outra doença da próstata, porém de evolução benigna. Estes sintomas incluem polaciúria, urinar mais à noite, dificuldade em iniciar e manter um jato contínuo de urina, sangue na urina e ato de urinar doloroso. O câncer de próstata pode também causar problemas com a função sexual, como dificuldade em atingir uma ereção ou ejaculação dolorosa. O câncer avançado pode causar sintomas à medida que a doença se espalha para outras partes do corpo.

Há evidências de que uma dieta rica em frutas, legumes e verduras, grãos e cereais integrais, pobre em gordura, principalmente a de origem animal, não só ajuda a diminuir o risco de câncer, como também o risco de outras doenças crônicas não transmissíveis. O alto consumo de carne vermelha, gorduras e leite elevam o risco de câncer da próstata. Além desses, alguns componentes naturais dos alimentos, como as vitaminas (A, D e E) e minerais (selênio), também parecem desempenhar um papel protetor.

O diagnóstico de certeza do câncer da próstata é feito através de biópsia, que deve ser realizada sempre que houver anormalidades no polêmico toque retal ou na dosagem do PSA (exame de sangue). O resultado da biópsia fornece a graduação de Gleason, que informa sobre a provável taxa de crescimento do tumor e sua tendência à disseminação, além de ajudar na determinação do melhor tratamento para o paciente.

Pacientes com câncer de próstata podem ter de decidir, junto a seu médico, entre uma série de diferentes tratamentos, cada uma com riscos, efeitos colaterais e consequências diversas para a sua vida. É preciso ter calma, assimilar bem as informações do médico, tirar dúvidas, garantindo assim, mais segurança quanto às escolhas terapêuticas.

O melhor tratamento para cada caso depende de uma série de fatores, como idade, estado geral de saúde, relação de risco/benefício aos efeitos colaterais de cada terapia, o estadiamento da doença e a chance de cada tratamento de curar o câncer. Cirurgia, radioterapia e terapia hormonal são as opções mais comuns. A quimioterapia pode ser usada em alguns casos e, em outros, médico e paciente podem optar por apenas acompanhar a evolução da doença, sem nenhuma forma ativa de tratamento.

Como alguns tipos de câncer de próstata crescem devagar, certos pacientes podem nunca precisar de tratamento, especialmente quando eles são idosos ou têm outros problemas de saúde. Nestes casos, o médico pode optar por acompanhar a doença e, literalmente, esperar para ver. Pode ser considerado um câncer de bom prognóstico se diagnosticado e tratado oportunamente. Quanto mais cedo o diagnóstico maior são as chances de cura.

Melissa Guimarães Menezes – 8º semestre de Farmácia

Referências:
A.C.C.CAMARGO CANCER CENTER. Tudo sobre o câncer de próstata. Disponível em: <http://www.accamargo.org.br>. Acesso em: 04 nov. 2014.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Tipos de Câncer – Próstata. Disponível em: <http://www.inca.gov.br>. Acesso em: 03 nov. 2014.

_____. Síntese de resultados e comentários – Próstata. Disponível em: <http://www.inca.gov.br>. Acesso em: 04 de nov. 2014.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Detecção Precoce do Câncer da Próstata. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br>. Acesso em: 04 de nov. 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário