A neoplasia da próstata é o tumor mais comum em homens com
idade superior a 45 anos. Com o avanço da medicina e de outras áreas que
interferem diretamente com a saúde, espera-se para as próximas décadas uma
população cada vez maior de homens atingindo faixas etárias bem superiores às
de antigamente. Atualmente, existem no país diversas campanhas de detecção
precoce dessa neoplasia.
A próstata é um órgão do sistema reprodutor masculino que
ajuda a produzir e armazenar fluido seminal. Ela envolve parte da uretra, o
ducto que carrega a urina da bexiga durante o ato de urinar e carrega o sêmen
durante a ejaculação.
Devido a sua localização, as doenças da próstata
geralmente afetam o controle urinário, ejaculação e raramente a evacuação.
As glândulas da próstata necessitam de hormônios masculinos,
conhecidos como andrógenos, para funcionar corretamente. Os andrógenos também
são responsáveis pelas características sexuais secundárias dos homens, como os
pelos da face e uma massa muscular aumentada. Quando as células normais são
danificadas, elas são eliminadas por apoptose (morte celular programada). As
células cancerosas evitam a apoptose e continuam a se multiplicar de maneira
descontrolada.
O câncer de próstata é classificado como um adenocarcinoma,
que inicia quando as células glandulares secretoras de sêmen da próstata sofrem
mutações e se transformam em células cancerosas. Inicialmente, pequenos
agrupamentos de células cancerosas se mantêm confinados às glândulas
prostáticas normais, uma condição conhecida como carcinoma in situ ou neoplasia
intra-epitelial prostático (NIP ou PIN). Embora não haja prova de que a NIP
seja uma precursora do câncer, ela está intimamente relacionada ao câncer.
Ao longo do tempo estas células cancerosas começam a se
multiplicar e se espalhar para o tecido prostático circundante (o estroma)
formando um tumor. O tumor pode crescer ao ponto de invadir órgãos próximos a
ele, como as vesículas seminais ou o reto. As células tumorais ainda podem
desenvolver a habilidade de viajar através da corrente sanguínea e sistema
linfático. O câncer de próstata é considerado um tumor maligno porque é uma
massa de células que pode invadir outras partes do corpo. Esta invasão de
outros órgãos é chamada de metástase. O câncer de próstata geralmente gera
metástase nos ossos, linfonodos, reto e bexiga urinária.
O aumento nas taxas de incidência pode ser parcialmente
justificado pela evolução dos métodos diagnósticos, melhoria na qualidade dos
sistemas de informação do país e aumento na expectativa de vida do brasileiro.
A mortalidade por câncer de próstata é relativamente baixa,
o que em parte reflete seu bom prognóstico. É de extrema importância o
diagnóstico precoce, sobretudo porque o câncer de próstata causa sintomas
semelhantes aos da hiperplasia prostática benigna, outra doença da próstata,
porém de evolução benigna. Estes sintomas incluem polaciúria, urinar mais à
noite, dificuldade em iniciar e manter um jato contínuo de urina, sangue na
urina e ato de urinar doloroso. O câncer de próstata pode também causar
problemas com a função sexual, como dificuldade em atingir uma ereção ou ejaculação
dolorosa. O câncer avançado pode causar sintomas à medida que a doença se
espalha para outras partes do corpo.
Há evidências de que uma dieta rica em frutas, legumes e
verduras, grãos e cereais integrais, pobre em gordura, principalmente a de
origem animal, não só ajuda a diminuir o risco de câncer, como também o risco
de outras doenças crônicas não transmissíveis. O alto consumo de carne
vermelha, gorduras e leite elevam o risco de câncer da próstata. Além desses,
alguns componentes naturais dos alimentos, como as vitaminas (A, D e E) e
minerais (selênio), também parecem desempenhar um papel protetor.
O diagnóstico de certeza do câncer da próstata é feito
através de biópsia, que deve ser realizada sempre que houver anormalidades no
polêmico toque retal ou na dosagem do PSA (exame de sangue). O resultado da
biópsia fornece a graduação de Gleason, que informa sobre a provável taxa de
crescimento do tumor e sua tendência à disseminação, além de ajudar na
determinação do melhor tratamento para o paciente.
Pacientes com câncer de próstata podem ter de decidir, junto
a seu médico, entre uma série de diferentes tratamentos, cada uma com riscos,
efeitos colaterais e consequências diversas para a sua vida. É preciso ter
calma, assimilar bem as informações do médico, tirar dúvidas, garantindo assim,
mais segurança quanto às escolhas terapêuticas.
O melhor tratamento para cada caso depende de uma série de
fatores, como idade, estado geral de saúde, relação de risco/benefício aos efeitos
colaterais de cada terapia, o estadiamento da doença e a chance de cada
tratamento de curar o câncer. Cirurgia, radioterapia e terapia hormonal são as
opções mais comuns. A quimioterapia pode ser usada em alguns casos e, em
outros, médico e paciente podem optar por apenas acompanhar a evolução da
doença, sem nenhuma forma ativa de tratamento.
Como alguns tipos de câncer de próstata crescem devagar,
certos pacientes podem nunca precisar de tratamento, especialmente quando eles
são idosos ou têm outros problemas de saúde. Nestes casos, o médico pode optar
por acompanhar a doença e, literalmente, esperar para ver. Pode ser considerado
um câncer de bom prognóstico se diagnosticado e tratado oportunamente. Quanto
mais cedo o diagnóstico maior são as chances de cura.
Melissa Guimarães Menezes – 8º semestre de Farmácia
Referências:
A.C.C.CAMARGO CANCER CENTER. Tudo sobre o câncer de
próstata. Disponível em: <http://www.accamargo.org.br>. Acesso em: 04 nov.
2014.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Tipos de Câncer – Próstata.
Disponível em: <http://www.inca.gov.br>. Acesso em: 03 nov. 2014.
_____. Síntese de resultados e comentários – Próstata.
Disponível em: <http://www.inca.gov.br>. Acesso em: 04 de nov. 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário