sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Cefaleia

A dor de cabeça, ou cefaleia, é um transtorno que pode acometer todas as pessoas adultas, ao menos uma vez na vida. Quando crônica, as causas são variadas e o diagnóstico médico é importante para descartar outras doenças que possam provocar a cefaleia e assim poder propor a terapêutica mais adequada. Já a dor de cabeça comum é leve ou moderada e, normalmente, não impede o indivíduo de realizar as atividades corriqueiras, levando-o à automedicação. Mas, se essa dor ocorrer mais de duas a três vezes todos os meses, talvez seja necessário um tratamento preventivo para que a doença não se torne crônica.

Quase 3% da população tem dor de cabeça crônica, que é quando se tem o problema em mais da metade dos dias do mês. Outros sintomas que também podem aparecer no problema crônico são: dor acompanhada por náuseas ou vômitos, problemas visuais, tais como pontos ou riscos coloridos, além de incômodo com a luz, fonofobia ou agravação do quadro pelo som do ambiente. Um aspecto importante na cefaleia crônica é a de que o uso de analgésicos pode não provocar resultados significativos no controle da dor. E pior, o uso contínuo dos analgésicos para o controle da cefaleia pode piorar os sintomas, além dos riscos das reações adversas comuns, como irritação gástrica.

O uso crônico de analgésicos (ácido acetilsalicílico, dipirona, paracetamol ou outros) pode provocar o chamado efeito rebote. Na suspensão do medicamento, o organismo ressente-se de sua falta e apresenta, como consequência, uma cefaleia mais intensa e prolongada, levando o indivíduo a retomar o seu uso, perpetuando essa prática. Alguns estudos mostram que 60% das pessoas com dor de cabeça crônica fazem uso contínuo desses medicamentos. Até o uso intenso de café pode provocar cefaleia crônica. O uso intenso de analgésicos é quando você toma um ou mais comprimidos por dia. Ou a dor de cabeça piora quando você deixa de fazer uso do medicamento.

Após a retirada do uso crônico dos analgésicos, pode demorar até seis meses para que o organismo se readapte a essa condição. E durante esse período, pode haver a piora da dor. É importante o seguimento médico porque outras medicações podem ser usadas. Também são importantes a reeducação alimentar e atividades de lazer e de relaxamento. E acredite que a enxaqueca, um tipo de cefaleia crônica, tem cura desde que com terapia bem orientada. Outros tipos de cefaleias crônicas podem não ter cura, porém é possível conseguir melhoria na qualidade de vida. Não se automedique, procure um médico!

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da UniSantos. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.

Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela UniSantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Dracena.

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