quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Medicamentos retirados do mercado

A Anvisa suspendeu, recentemente, um diurético indicado para o controle de edemas (acúmulo de água pelo corpo) originado por deficiências renais, hepáticas ou circulatórias. O motivo da suspensão foi pelo fato do laboratório ter feito alterações nos excipientes, na embalagem primária e na forma farmacêutica, sem a autorização da Anvisa. Excipientes são as substâncias usadas no preparo do medicamento necessárias para dar constituição, possibilitar sua desagregação adequada no trato digestório, aumentar o tempo de conservação, entre outras funções e que irão permitir ao princípio ativo a realização adequada de suas funções terapêuticas.

Mudanças no excipiente, quando não adequadas, podem interferir na quantidade de medicamento final que irá circular pelo sangue. Por isso, toda vez que um laboratório realiza uma mudança, é necessário apresentar testes chamados de bioequivalência, mostrando que a alteração não prejudica o efeito terapêutico final. A Anvisa é o órgão brasileiro responsável por esse controle.

A embalagem primária é aquela na qual o medicamento entra diretamente em contato, podendo ser em blister (embalagem plástica tampada por uma folha aluminizada que separa individualmente cada comprimido, cápsula ou drágea), envelope, frasco, etc. A embalagem primária é projetada para resguardar ao máximo a qualidade do medicamento. Essas embalagens tem de conter algumas informações importantes.

A forma farmacêutica é escolhida levando-se em conta a estabilidade do produto, suas condições de manipulação, tempo de absorção e outros fatores técnicos. Pode ser sólida (Ex.: comprimidos, cápsulas), líquida (Ex.: colírio, xarope), semissólida (Ex.: pomadas, cremes) ou gasosa (Ex. alguns anestésicos). Estudos são necessários para a escolha da melhor forma para cada substância. Algumas substâncias admitem várias formas, outras têm suas possibilidades mais restritas.

Um laboratório farmacêutico, antes de lançar comercialmente o medicamento, tem de apresentar laudos comprovando a adequação de suas escolhas. Isso ocorre em todo mundo e mesmo que um produto seja aprovado em outros países, a legislação brasileira obriga que os testes sejam apresentados aqui. É um processo burocrático para tentar preservar a saúde do nosso povo.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da UniSantos. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002. Acesse http://cimunisantos.blogspot.com.br/


Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela UniSantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUC-SP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Dracena.

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