A Anvisa suspendeu, recentemente, um diurético indicado para
o controle de edemas (acúmulo de água pelo corpo) originado por deficiências
renais, hepáticas ou circulatórias. O motivo da suspensão foi pelo fato do
laboratório ter feito alterações nos excipientes, na embalagem primária e na
forma farmacêutica, sem a autorização da Anvisa. Excipientes são as substâncias
usadas no preparo do medicamento necessárias para dar constituição,
possibilitar sua desagregação adequada no trato digestório, aumentar o tempo de
conservação, entre outras funções e que irão permitir ao princípio ativo a
realização adequada de suas funções terapêuticas.
Mudanças no excipiente, quando não adequadas, podem
interferir na quantidade de medicamento final que irá circular pelo sangue. Por
isso, toda vez que um laboratório realiza uma mudança, é necessário apresentar
testes chamados de bioequivalência, mostrando que a alteração não prejudica o
efeito terapêutico final. A Anvisa é o órgão brasileiro responsável por esse
controle.
A embalagem primária é aquela na qual o medicamento entra
diretamente em contato, podendo ser em blister (embalagem plástica tampada por
uma folha aluminizada que separa individualmente cada comprimido, cápsula ou
drágea), envelope, frasco, etc. A embalagem primária é projetada para
resguardar ao máximo a qualidade do medicamento. Essas embalagens tem de conter
algumas informações importantes.
A forma farmacêutica é escolhida levando-se em conta a estabilidade
do produto, suas condições de manipulação, tempo de absorção e outros fatores
técnicos. Pode ser sólida (Ex.: comprimidos, cápsulas), líquida (Ex.: colírio,
xarope), semissólida (Ex.: pomadas, cremes) ou gasosa (Ex. alguns anestésicos).
Estudos são necessários para a escolha da melhor forma para cada substância.
Algumas substâncias admitem várias formas, outras têm suas possibilidades mais
restritas.
Um laboratório farmacêutico, antes de lançar comercialmente
o medicamento, tem de apresentar laudos comprovando a adequação de suas
escolhas. Isso ocorre em todo mundo e mesmo que um produto seja aprovado em
outros países, a legislação brasileira obriga que os testes sejam apresentados
aqui. É um processo burocrático para tentar preservar a saúde do nosso povo.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro
de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da UniSantos. O
contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM,
avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002. Acesse
http://cimunisantos.blogspot.com.br/
Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade
de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL
(1983) e em Saúde Coletiva pela UniSantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002)
em Educação (Currículo) pela PUC-SP. Professor titular da UniSantos. Sócio
proprietário da Farmácia Dracena.
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