A dengue é uma doença viral cujo tratamento é meramente
sintomático, por se levar em conta que a evolução da forma clássica da dengue
ser benigna, ou seja, o próprio organismo deve ser capaz de exterminar o vírus.
O quadro clínico é bastante variável, e pode envolver febre abrupta e alta (39°
a 40°), dores de cabeça, músculos, articulações e atrás dos olhos; prostração,
anorexia, náuseas, vômitos, erupções e prurido cutâneos, e, ocasionalmente, hepatomegalia
(crescimento do fígado).
A terapia é baseada em hidratação rigorosa, repouso e controle
da febre e dor mediante tratamento com analgésicos e antitérmicos, como paracetamol
e dipirona. Desaparecendo a febre, há regressão dos principais sintomas,
podendo ainda persistir a fadiga. Os salicilatos (como AAS) e outros anti-inflamatórios
não hormonais são contraindicados, por favorecerem manifestações
hemorrágicas e
acidose.
Entende-se que todos os indivíduos são suscetíveis a dengue,
exceto aqueles que, curados de uma infecção, adquirem imunidade àquele sorotipo
(variantes dentro de uma mesma espécie) viral. O ciclo de transmissão da doença
se inicia quando um doente infectado é picado pelo mosquito, que, contaminado,
incuba o vírus entre 8 a 12 dias. A partir daí, o mosquito está apto a
transmitir o vírus. No entanto, se a picada a um doente for interrompida e o
mosquito, imediatamente, se alimentar de um indivíduo suscetível, a transmissão
pode ser imediata, mecânica. A incubação do vírus no indivíduo infectado varia
de 3 a 15 dias, e a transmissibilidade da doença dura sete dias, a contar do
dia anterior ao surgimento de febre.
Todo medicamento é passível de reações adversas. Quando
utilizado na indicação e posologia corretas, o paracetamol é seguro e eficaz.
Entretanto, tem seu uso contraindicado para pacientes portadores de disfunções
hepáticas (hepatites viral ou alcoólica e cirrose), HIV/Aids e doenças
imunossupressoras, em razão de potenciais danos ao fígado. A Anvisa reitera que
a administração de medicamentos sem a devida orientação pode desencadear complicações
fatais.
Em países tropicais, como o Brasil, as condições são
propícias para o desenvolvimento e proliferação do Aedes aegypti, principal
vetor da dengue. Nos dias de hoje, além da dengue esse mosquito também pode
transmitir o chikungunya, doença diferente porém com alguma semelhança à
dengue. A melhor terapia de combate à doença é a prevenção. Elimine os
criadouros do mosquito, evite acúmulo de água parada e proteja-se com
repelentes e telas nas janelas.
SUZANA SILVA DE OLIVEIRA – 10º semestre de Farmácia
Referências:
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA.
Pós-Comercialização Pós-Uso / Farmacovigilância / Alertas por Região Geográfica
/ INFORMES / Informes de 2002. Informe SNVS/Anvisa/UFARM nº 2, de 25 de
fevereiro de 2002. Risco de intoxicação com analgésicos e antitérmicos.
BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde.
Dengue: aspectos epidemiológicos, diagnóstico e tratamento. Brasília: Fundação
Nacional de Saúde, 2002. 20p.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos, nº
176).
Nenhum comentário:
Postar um comentário