A dificuldade no desenvolvimento de um fármaco específico
para a ansiedade é decorrente da limitação na pesquisa clínica, devido à
ausência de análogos em animais, ou seja, a expressão da ansiedade no humano é
subjetiva e múltipla, diferentemente dos animais que agem por instinto. Logo,
torna-se difícil, quase impossível, de reproduzir esta situação em laboratório.
O tratamento depende dos sintomas dos pacientes, existem
ansiolíticos com forte capacidade sedativa e outros com quase nenhuma, varia de
acordo com o quadro do paciente, tendo-se em conta que os sedativos diminuem os
níveis de atenção e ansiedade, além de causar dependência, por isso há a
preocupação dos
profissionais da saúde quanto ao uso racional.
Os betabloqueadores são utilizados no tratamento
ansiolítico, mas sua efetividade é somente em efeitos periféricos, pois não só tratam a ansiedade, mas sim os sintomas causados pela ansiedade, como tremores
e taquicardia.
Os benzodeazepínicos fazem parte do tratamento medicamentoso
comumente utilizado, resolvem as crises de ansiedade aguda e reduzem o nível da
ansiedade. A sua ação farmacológica é desencadeada geralmente em torno de
quatro semanas, quando a concentração do fármaco na corrente sanguínea é o
suficiente para desencadear o efeito ansiolítico.
De outra forma, os antipsicóticos são utilizados no
tratamento em longo prazo, embora apresente potenciais efeitos adversos, sendo
necessário um estudo criterioso quanto ao risco e benefício do uso dessa classe
farmacológica.
Do mesmo modo, os antidepressivos tricíclicos também são
utilizados no tratamento da ansiedade. O efeito reflete em uma melhora dos
sintomas emocionais, enquanto o alívio dos sintomas biológicos se dá pelo
aumento dos mediadores nas fendas sinápticas.
Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina,
(mediadora do prazer, satisfação e até mesmo o sono) são eficazes por causa da
segurança ao paciente, pelo fato de minimizar os efeitos adversos comparados
aos benzodiazepínicos, além da facilidade na adesão ao tratamento, por este
motivo.
Todos esses medicamentos são utilizados nos mais variados
graus de ansiedade. Obviamente, o seu uso tem de ser prescrito por médicos. Há
critica generalizada de que sua utilização não tem obedecido, a determinadas
regras do uso racional do medicamento. O diagnóstico especializado é muito
importante, porém o mal uso faz a população utilizá-los de forma
indiscriminada, como por exemplo, na falta de sono, tensão do trabalho ou
derivado por problemas familiares.
Ressalta-se que os ansiolíticos serão bem indicados quando a
ansiedade patológica estiver muito bem delimitada, com uma causa bem definida,
ou seja, começou em uma época ou depois de algum acontecimento, em suma,
deve-se ter uma anamnese do paciente, correlacionando o tratamento em tempo
adequado.
Richard Fernando de Andrade Álvares – 6º semestre
Referências:
BERNIK, Márcio Antonini; SOARES, Márcia B. de Macedo; SOARES,
Cláudio de Novaes. Benzodiazepinics: patterns of use, tolerance and
dependence. Arq. Neuro-Psiquiatr. [online]. 1990, v.48, n.1, p. 131.
Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 23/01/2012.
Camargo,
Camila Ribeiro Oliveira,
Tiago Magno de. Revisão bibliográfica: risco do uso inadequado e indevido
dos psicotrópicos no Brasil. 22/09/2014.
https://revistas.unijui.edu.br/index.php/salaoconhecimento/article/download/3441/2842.
Acesso em: 20 out. 2014.
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