terça-feira, 11 de novembro de 2014

O papel dos medicamentos na ansiedade

A dificuldade no desenvolvimento de um fármaco específico para a ansiedade é decorrente da limitação na pesquisa clínica, devido à ausência de análogos em animais, ou seja, a expressão da ansiedade no humano é subjetiva e múltipla, diferentemente dos animais que agem por instinto. Logo, torna-se difícil, quase impossível, de reproduzir esta situação em laboratório.

O tratamento depende dos sintomas dos pacientes, existem ansiolíticos com forte capacidade sedativa e outros com quase nenhuma, varia de acordo com o quadro do paciente, tendo-se em conta que os sedativos diminuem os níveis de atenção e ansiedade, além de causar dependência, por isso há a preocupação dos
profissionais da saúde quanto ao uso racional.

Os betabloqueadores são utilizados no tratamento ansiolítico, mas sua efetividade é somente em efeitos periféricos, pois não só tratam a ansiedade, mas sim os sintomas causados pela ansiedade, como tremores e taquicardia.

Os benzodeazepínicos fazem parte do tratamento medicamentoso comumente utilizado, resolvem as crises de ansiedade aguda e reduzem o nível da ansiedade. A sua ação farmacológica é desencadeada geralmente em torno de quatro semanas, quando a concentração do fármaco na corrente sanguínea é o suficiente para desencadear o efeito ansiolítico.

De outra forma, os antipsicóticos são utilizados no tratamento em longo prazo, embora apresente potenciais efeitos adversos, sendo necessário um estudo criterioso quanto ao risco e benefício do uso dessa classe farmacológica.

Do mesmo modo, os antidepressivos tricíclicos também são utilizados no tratamento da ansiedade. O efeito reflete em uma melhora dos sintomas emocionais, enquanto o alívio dos sintomas biológicos se dá pelo aumento dos mediadores nas fendas sinápticas.

Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina, (mediadora do prazer, satisfação e até mesmo o sono) são eficazes por causa da segurança ao paciente, pelo fato de minimizar os efeitos adversos comparados aos benzodiazepínicos, além da facilidade na adesão ao tratamento, por este motivo.

Todos esses medicamentos são utilizados nos mais variados graus de ansiedade. Obviamente, o seu uso tem de ser prescrito por médicos. Há critica generalizada de que sua utilização não tem obedecido, a determinadas regras do uso racional do medicamento. O diagnóstico especializado é muito importante, porém o mal uso faz a população utilizá-los de forma indiscriminada, como por exemplo, na falta de sono, tensão do trabalho ou derivado por problemas familiares.

Ressalta-se que os ansiolíticos serão bem indicados quando a ansiedade patológica estiver muito bem delimitada, com uma causa bem definida, ou seja, começou em uma época ou depois de algum acontecimento, em suma, deve-se ter uma anamnese do paciente, correlacionando o tratamento em tempo adequado.
               
Richard Fernando de Andrade Álvares – 6º semestre

Referências:
BERNIK, Márcio Antonini; SOARES, Márcia B. de Macedo;  SOARES, Cláudio de Novaes. Benzodiazepinics: patterns of use, tolerance and dependence. Arq. Neuro-Psiquiatr. [online]. 1990, v.48, n.1, p. 131.

Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 23/01/2012.
Camargo, Camila Ribeiro Oliveira, Tiago Magno de. Revisão bibliográfica: risco do uso inadequado e indevido dos psicotrópicos no Brasil. 22/09/2014.

https://revistas.unijui.edu.br/index.php/salaoconhecimento/article/download/3441/2842. Acesso em: 20 out. 2014.

http://www.easo.com.br/Downloads/Farmacos%20Ansioliticos,%20Hipnoticos,%20e,%20Anticonvulsivantes.pdf. Acesso em: 20 out. 2014.

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