O transtorno do pânico caracteriza-se pelo aparecimento de
ataques súbitos de ansiedade, acompanhados de sintomas físicos e afetivos.
Trata-se de um grave problema de saúde pública que tem um curso crônico,
afetando 3,5% da população geral ao longo da vida. É mais comum em mulheres e
indivíduos entre a terceira e quarta década de vida. É acompanhado de ansiedade
antecipatória, ou seja, o medo de ter um novo ataque, e evitação fóbica, que é
o ato de evitar os locais e/ou situações que ocorreram as crises.
Os sintomas geralmente são: taquicardia, palpitação, dores
torácicas, sensação de asfixia, tonturas, sudorese intensa, tremores e
formigamento nas mãos entre outros. Em formas mais graves o indivíduo apresenta
medo de morrer, de perder o autocontrole ou incapacidade de dirigir a própria
vida, limitando totalmente suas atitudes.
Por ter sintomas inespecíficos, seu diagnóstico efetivo pode
ser demorado, em alguns casos pode demorar uma década entre a primeira visita a
um serviço de emergências médicas até o diagnóstico definitivo.
O conhecimento sobre o assunto, tanto dos próprios pacientes
como dos profissionais da saúde, auxiliam numa detecção rápida e um tratamento
eficaz destes pacientes quando apresentam crise. Acesso à informação é de
extrema importância, principalmente ao se considerar a alta prevalência dos
ataques de pânico na população em geral. É muito importante, também, saber
diferenciar os ataques de pânico isolados da síndrome do pânico e de outros
problemas médicos que podem se apresentar como uma crise de ansiedade.
O transtorno do pânico causa sofrimento psíquico e prejuízo
na vida social, bem como insegurança no ambiente de trabalho, atingindo vários
aspectos da vida deste paciente.
O diagnóstico da síndrome do pânico é feito por meio de relatos
dos próprios pacientes quanto a seus sintomas e a periodicidade deles. Uma
crise isolada, que não interfira negativamente no estilo de vida do paciente,
não é suficiente para caracterizar o transtorno do pânico. É muito importante a
realização do diagnóstico diferencial com outras doenças que apresentam
sintomas semelhantes, tais como os ataques cardíacos, o hipertireoidismo, a
hipoglicemia e a epilepsia, por exemplo, para a orientação correta do
tratamento.
A síndrome do pânico e as demais doenças psiquiátricas não
são puramente psicológicas, porque os fenômenos psicológicos passam pelo
cérebro. As estruturas que deflagram o pânico num indivíduo são as mesmas que
existem em todos nós para desencadear uma reação de fuga e luta numa situação
de emergência. O pânico resulta da hiperatividade desse sistema cerebral, que
produz respostas imediatas ao perigo iminente.
O que se sabe hoje é que a técnica de combinar medicamentos
e terapia comportamental é mais eficiente, pois é muito penoso para o paciente
adotar um programa comportamental baseado na exposição a situações que provocam
pânico, de forma gradual e progressiva, até que ocorra a aceitação dessas
situações sem que haja o desencadear de crises.
Essa terapia de exposição baseia-se na capacidade do
paciente a habituar-se ao estresse. É como se assistisse a um filme de terror
muitas vezes. Na primeira vez, há o primeiro impacto. Na segunda, como já sabe
o que vai acontecer, a reação é menos intensa. Na última, o filme não desperta
mais nenhuma resposta emocional. Porém, os pacientes aceitam melhor o
tratamento e apresentam melhora satisfatória se simultaneamente tomarem
antidepressivos, tudo com rigorosa supervisão médica.
O médico prescritor deverá considerar a relação
risco/benefício, eficiência e custo que vai ter para cada paciente. Seus
efeitos adversos podem ser muito desagradáveis. O tratamento adequado pode
surtir efeitos satisfatórios e fazer com que o paciente volte às suas
atividades normais. Lembrando sempre que a prática de atividade física (leve),
alimentação saudável e hábitos saudáveis como evitar álcool e drogas, são
fundamentais para uma boa recuperação.
Melissa Guimarães Menezes – 8º semestre de Farmácia
Referências:
ANVISA. Ministério da Saúde. Transtornos de ansiedade. Brasília:
MS, 2013. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br>.
Acesso em: 14 out. 2014.
BLAYA, C., et al. Transtorno do pânico: diagnóstico e
tratamento. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 28, n. 1, Mar. 2006. Disponível
em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 14 out. 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único
de Saúde-DATASUS. Transtornos neuróticos, relacionados ao stress e transtornos
somatoformes. Disponível em: <http://www.datasus.gov.br> Acesso em: 14 out. 2014.
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