A diabetes mellitus (DM) apresenta
alta morbimortalidade, com grande perda na qualidade de vida. É uma das
principais causas de mortalidade, cegueira, insuficiência renal, amputação dos
membros inferiores e doença cardiovascular. A Organização Mundial da Saúde
(OMS) estima que, após 15 anos de doença, 2% dos indivíduos acometidos estarão
cegos e 10% terão deficiência visual grave.
O maior desafio para o controle da síndrome é manter a glicemia (nível de açúcar no sangue) dentro de parâmetros adequados. No Brasil, a prevenção e o controle da diabetes são ações prioritárias na atenção básica de saúde do SUS. Devido a essa gama de alterações do estilo de vida que são impostas às pessoas portadoras do DM, a adesão delas ao tratamento tem sido um grande desafio para serviços de saúde e para os profissionais dessa área.
O tratamento tem de ser
multiprofissional, envolvendo mudanças de hábitos de vida e uso de medicamentos.
A mudança no estilo de vida é um pilar importante, com uma reorganização de
hábitos alimentares, modificado de acordo com as exigências e limitações
impostas pela síndrome, associando com a prática de atividade física. Na
diabetes tipo 1, a reposição de insulina é essencial. No caso da diabetes tipo
2, o tratamento conta com várias classes de medicamentos, podendo estar em
esquema único ou associado. Dependendo da evolução da doença, a insulina
exógena pode se tornar necessária.
As sulfoniluréias, biguanidas e
acarbose mostraram-se efetivas na redução das complicações vasculares da DM ao
longo do tempo, sugerindo que esses fármacos devem ser considerados como de
primeira escolha para o início do tratamento medicamentoso em pacientes com DM2.
A metformina é o medicamento de
escolha para a maioria dos pacientes com DM2 e pertence à classe das biguanidas.
Estudo mostrou que a metformina é capaz de reduzir em 31% a incidência da
diabetes, em 3 anos. É um fármaco derivado da guanidina, o composto ativo
hipoglicemiante da planta Galega officinalis. A redução da glicemia deve-se,
principalmente, por esse medicamento de origem vegetal provocar a inibição da
gliconeogênese e da glicogenólise, além de aumentar a captação de glicose pelos
músculos, provocando rápida redução da glicemia plasmática.
As sulfoniluréias são outra
classe amplamente utilizada, sendo a glibencamida um dos mais conhecidos. Essa
classe diminui a glicose tanto por estimulação da secreção de insulina, como
pelo aumento da resposta à insulina pelos tecidos.
A acarbose age retardando a absorção
intestinal dos carboidratos e, consequentemente, a entrada de glicose na corrente
sanguínea, isso ajuda a controlar a glicemia. O uso da acarbose requer cuidados
para evitar o abandono do uso do medicamento, em virtude de seus conhecidos
efeitos colaterais no aparelho gastrintestinal, em especial, flatulência e
diarreia. Outra nova classe de medicamentos, com resultados positivos até o
momento, são os incretinomiméticos que estimulam a secreção de insulina tem
sido promissora no tratamento. A diabetes é uma doença para qual a ciência
ainda irá apresentar muitas respostas e avanços.
Marina Maria de Oliveira - Formada em 2015 pelo curso de Farmácia da UniSantos
Referências:
SANTOMAURO, A.C. et al. Metformina
e AMPK: Um Antigo Fármaco e Uma Nova Enzima no Contexto da Síndrome Metabólica.
Arq. Bras. Endrocrinol. Metab., v. 52, n. 1, 2008.
DAVIDSON, J.A.; PARENTE, E.B.;
GROSS, J.L. Incretin Mimetics and Dipeptidyl Peptidase-4 Inhibitors: Innovative
Treatment Therapies for Type 2 Diabetes. Arq Bras Endocrinol Metab., v.52, n.
6, 2008.
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