O vírus responsável pelo influenza circula livremente nas populações.
Periodicamente, durante os períodos mais frios, acomete um número significativo
de pessoas. Porém, de tempos em tempos, algumas mutações desses vírus provocam
o aumento no número de casos. Como esse vírus circula pelo mundo todo, estando
presente nos invernos dos dois hemisférios, o aumento mundial no número de casos é chamado de pandemia.
Segundo dados oficiais do Ministério da Saúde, até meados de março de
2016, testes laboratoriais em 1400 casos de pessoas que apresentavam a
sintomatologia da Síndrome Respiratória Aguda Grave, confirmou-se a presença de
algum vírus respiratório em 440 testes, ou seja, em 31,4% do total de amostras.
O vírus influenza foi responsável por, aproximadamente 20% das mortes. Há de se
ressaltar que 75% dos casos de morte ocorreram em adultos com mais de 60 anos
que apresentavam diabetes e/ou cardiopatias.
A precaução ainda é a melhor estratégia. Lavar as mãos sempre que em
contato com superfícies expostas ao público; não levar as mãos aos olhos, nariz
ou boca; manter-se em ambiente arejado; e usar máscara para proteção da boca e
do nariz ao se aproximar, em menos de um metro, de pessoas suspeitas de estar
infectadas pelos vírus e que apresentem tosses e espirros. A vacinação é
eficaz.
A situação atual é grave, mas não justifica ações irracionais. Não se
automedique e nem acredite em fórmulas milagrosas. A infecção aguda das vias
aéreas apresenta quadro febril, normalmente com temperaturas acima de 37,8°C,
declinando após dois ou três dias e normalizando em torno do sexto dia de
evolução. A febre geralmente é mais acentuada em crianças, bem como o quadro
pode se prolongar por mais tempo. Outros sintomas podem aparecer e a principal
complicação é o quadro infeccioso respiratório, pelo próprio vírus.
O quadro de síndrome gripal, dores pelo corpo além da febre, deve ser
tratado com medicamentos sintomáticos e hidratação. Quando a pessoa apresentar
algum fator de risco (crianças com menos de 5 anos; adultos com mais de 60
anos; diabetes; doenças respiratórias ou cardiovasculares, entre outros
fatores) justifica o uso de medicamentos antivirais de forma precoce, no máximo
72 horas a partir do início dos sintomas. Não há nenhuma evidência científica
de que esses medicamentos possam ter um efeito profilático, evitando a doença.
Salvo quando houver o contato com uma pessoa sabidamente infectada e o
medicamento for usado em no máximo 48 horas após o contato.
Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências
Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em
Saúde Coletiva pela Unisantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação
(Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da
Farmácia Homeopática Dracena.
* Publicado originalmente pelo Jornal da Orla em 4 de abril de 2016.
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