A Diabetes Mellitus (DM) é uma
doença metabólica, a qual estima-se que afete 382 milhões de pessoas no mundo e
esse número deverá atingir 471 milhões em 2035. A incidência da doença está
aumentando não só no mundo, mas também no Brasil. Atualmente, cerca de 10
milhões de brasileiros são portadores da doença. Dados brasileiros de 2011 mostram
que, a cada 100 mil habitantes, 30,1 morrem da doença, ao se considerar a
população em geral. Ao analisar esses dados por gênero, temos uma taxa de
mortalidade de 27,2/100 mil habitantes para os
homens e 32,9/100 mil habitantes para as mulheres.
A diabetes é classificada em tipo
1 e 2 e que diferem entre si quanto à origem e progressão. É uma doença
caracterizada por hiperglicemia, isto é, alto índice de glicose (açúcar) no
sangue, resultante de defeitos na secreção e/ou ação da insulina.
A DM tipo 1 é presente em 5% a 10% dos casos de diabetes, é uma doença autoimune que promove a destruição
das células responsáveis pela produção de insulina localizadas no pâncreas,
resultando em falta de insulina. A DM1 é fruto, em parte, de predisposição
genética associada a condições ambientais, como infecções virais. Neste caso, a
terapia medicamentosa utilizada é a reposição de insulina.
A DM tipo 2 é a forma presente em
90% a 95% dos casos, caracterizada por resistência dos órgãos periféricos à
insulina. Com isso, as várias células não conseguem absorver o açúcar do
sangue. Com a progressão da doença, também pode ocorrer a diminuição da
secreção pancreática de insulina com consequente diminuição de sua ação. A resistência à insulina é influenciada tanto
por fatores como obesidade, dieta inadequada ou inatividade fisica. Há também
predisposição genética.
O tratamento é baseado em uma
mudança de estilo de vida com readequação alimentar e atividades físicas, por
exemplo. Usualmente são utilizados antidiabéticos orais como metformina e
glibencamida, em terapias únicas ou em associação. Conforme a evolução da
doença e o grau de comprometimento do pâncreas o indivíduo pode passar a ser
dependente de insulina exógena para um melhor controle metabólico.
A evolução da DM2 costuma ser insidiosa,
ou seja, vem aos poucos de forma imperceptível. Normalmente, já está adiantada
quando surgem os principais sintomas, como o de maior produção de urina, sede
em demasia e perda não explicada de peso. Frequentemente ocorre associação com
as complicações crônicas de outras condições como aterosclerose, dislipidemia e hipertensão arterial
sistêmica.
A diabetes também aumenta a
incidência das doenças cardiovasculares que estará aumentada em duas a quatro
vezes mais em relação aos não diabéticos. A doença também é a principal causa de perda de visão em
adultos jovens devido aos seus efeitos. E
os números têm aumentado significativamente em adolescentes e adultos jovens,
principalmente para o diabetes tipo 2 associada às comorbidades como doenças
cardiovasculares e obesidade.
Como efeito crônico também há o
aparecimento de problemas nos rins, com evolução para insuficiência renal;
neuropatia, com perda de sensibilidade ou aparecimento de dor contínua; e
retinopatia, com problema de acuidade visual. Esta pode evoluir de forma a causar
perda total ou parcial da visão. Outro problema importante é a dificuldade na
cicatrização. Assim, lesões em membros inferiores podem exigir sua amputação.
É importante ressaltar que a
mudança de estilo de vida pode ter impacto ao reduzir ou retardar tanto o
aparecimento da DM2 como as complicações da mesma. Estudos evidenciam que essas
reduzem o impacto da doença.
Marina Maria de Oliveira – Formada
em 2015 pelo curso de Farmácia da UniSantos
Referências:
DORADO, J.P.H. Diabetes mellitus
tipo 1. Rev. bol. ped. v.47 n.2 La Paz jun. 2008
MARCONDES, J.A.M. Diabete melito:
fisiopatologia e tratamento. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v. 5, n. 1, p.
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GROSS, J.L.; NEHME, M.. Detecção e
tratamento das complicações crônicas do diabetes melito: Consenso da Sociedade
Brasileira de Diabetes e Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Rev. Assoc. Med.
Bras., São Paulo , v. 45, n. 3, p. 279-284, 1999.
SBD. Diretrizes Sociedade
Brasileira de Diabetes: 2014-2015. Organização José Egidio Paulo de Oliveira,
Sérgio Vencio – São Paulo: AC Farmacêutica, 2015.
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