sexta-feira, 15 de abril de 2016

Insulinoterapia

A insulinoterapia é a base do tratamento da diabetes de tipo 1, podendo ser também imprescindível no tipo 2, principalmente quando não se alcançam níveis controlados de glicemia pelos métodos tradicionais, sejam eles não farmacológicos ou como o uso dos antidiabéticos orais. O pâncreas é responsável pela liberação de insulina endógena, conforme as necessidades metabólicas do organismo. A função fisiológica da insulina estimula o transporte de glicose do sangue para as células (do fígado, dos músculos esqueléticos, do tecido adiposo, etc.) diminuindo sua concentração plasmática em razão inversa a essa retirada.  Portanto, a disfunção da insulina é a grande responsável pela fisiopatologia da diabetes.

Nessa condição, pode ser necessária a administração de insulina exógenas. Esses produtos presentes no mercado são adequados e necessários para mimetizar a secreção fisiológica da insulina em dois regimes, em resposta ao padrão alimentar: o basal e em bolus.

O nível basal de insulina é necessário porque sempre haverá glicose circulante sendo absorvida pelas células, para que essas possa realizar suas funções. A administração da insulina exógena pretende manter os níveis adequados em um patamar mínimo o tempo todo no sangue. Já a administração da insulina em bolus é realizada quando há aumento da glicose no sangue, usualmente após as refeições, quando ingerimos açúcares e amidos.

Deste modo, as insulinas na condição de medicamento terão tempo de ação diferentes, de modo a substituir ou imitar a insulina fisiológica.

Os análogos de insulina de ação ultra-rápida (lispro, aspart e glulisina) ou da insulina de ação rápida (R) imitam o regime bolus, enquanto que NPH, a glargina ou detemir mantém o nível basal da insulina. A NPH é classificada como insulina de ação intermediária, pois demora entre duas e três horas para iniciar a ação a qual se prolongará por pouco mais de doze horas.

As insulinas glargina e detemir mantém os níveis plasmáticos de insulina na condição de platô, ou seja, quase que constante por cerca de 24 horas. Por isso, o horário de aplicação deve ser rigorosamente obedecido. A insulina glargina (IG) é classificada como análogo basal de longa duração, tem o pico muito baixo de atividade, com uma duração de aproximadamente 24 horas. A insulina detemir também é análoga basal, com duração de ação de aproximadamente 6 - 23 horas nos estudos realizados em adultos. Diversos estudos com detemir mostraram que além do controle glicêmico, podem haver benefícios como perda ou menor ganho do peso nos adultos, bem como nas crianças e adolescentes. Os análogos basais mostram um efeito mais previsível da insulina, com menor variação da glicemia de um dia para o outro, quando comparada com a insulina NPH.

Como visto, os diferenciais das insulinas baseiam-se na farmacocinética, isto é, tem a mesma ação (induzir a absorção celular de glicose), porém tempo de ação diferenciados.

Os diferentes tipos de insulina podem ser usados isoladamente ou em combinação entre eles, de acordo com a característica e o grau de desenvolvimento da diabetes. 

Marina Maria de Oliveira - Formada em 2015 pelo curso de Farmácia da UniSantos

Referências:

SCHMID, H. New options in insulin therapy. J. de Ped., v. 83, n. 5, 2007.

GABBAY et al. Comparação Entre as Insulinas Regular Pré-Jantar e NPH no Almoço Como a Terceira Aplicação de Insulina no Tratamento de Adolescentes Com Diabetes Melito do Tipo 1 em Um Serviço Público de Saúde.  Arq. Bras. Endocrinol. Metab.,  v. 48 n. 6,  2004

PINTO, I.C.C. “Novas Insulinas: vantagens reais e controvérsias”. Universidade Fernando Pessoa Faculdade de Ciências da Saúde Porto, 2013.

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