A insulinoterapia é a base do
tratamento da diabetes de tipo 1, podendo ser também imprescindível no tipo 2,
principalmente quando não se alcançam níveis controlados de glicemia pelos
métodos tradicionais, sejam eles não farmacológicos ou como o uso dos antidiabéticos
orais. O pâncreas é responsável pela
liberação de insulina endógena, conforme as necessidades metabólicas do
organismo. A função fisiológica da insulina estimula o transporte de glicose do
sangue para as células (do fígado, dos músculos esqueléticos, do tecido
adiposo, etc.) diminuindo sua concentração plasmática em razão inversa a
essa retirada. Portanto, a disfunção da
insulina é a grande responsável pela fisiopatologia da diabetes.
Nessa condição, pode ser
necessária a administração de insulina exógenas. Esses produtos presentes no
mercado são adequados e necessários para mimetizar a secreção fisiológica da
insulina em dois regimes, em resposta ao padrão alimentar: o basal e em bolus.
O nível basal de insulina é
necessário porque sempre haverá glicose circulante sendo absorvida pelas
células, para que essas possa realizar suas funções. A administração da
insulina exógena pretende manter os níveis adequados em um patamar mínimo o
tempo todo no sangue. Já a administração da insulina em bolus é realizada quando
há aumento da glicose no sangue, usualmente após as refeições, quando ingerimos
açúcares e amidos.
Deste modo, as insulinas na
condição de medicamento terão tempo de ação diferentes, de modo a substituir ou
imitar a insulina fisiológica.
Os análogos de insulina de ação
ultra-rápida (lispro, aspart e glulisina) ou da insulina de ação rápida (R)
imitam o regime bolus, enquanto que NPH, a glargina ou detemir mantém o nível
basal da insulina. A NPH é classificada como insulina de ação intermediária,
pois demora entre duas e três horas para iniciar a ação a qual se prolongará
por pouco mais de doze horas.
As insulinas glargina e detemir
mantém os níveis plasmáticos de insulina na condição de platô, ou seja, quase
que constante por cerca de 24 horas. Por isso, o horário de aplicação deve ser
rigorosamente obedecido. A insulina glargina (IG) é classificada como análogo
basal de longa duração, tem o pico muito baixo de atividade, com uma duração de
aproximadamente 24 horas. A insulina detemir também é análoga basal, com duração
de ação de aproximadamente 6 - 23 horas nos estudos realizados em adultos.
Diversos estudos com detemir mostraram que além do controle glicêmico, podem
haver benefícios como perda ou menor ganho do peso nos adultos, bem como nas
crianças e adolescentes. Os análogos basais mostram um efeito mais previsível
da insulina, com menor variação da glicemia de um dia para o outro, quando
comparada com a insulina NPH.
Como visto, os diferenciais das
insulinas baseiam-se na farmacocinética, isto é, tem a mesma ação (induzir a
absorção celular de glicose), porém tempo de ação diferenciados.
Os diferentes tipos de insulina
podem ser usados isoladamente ou em combinação entre eles, de acordo com a
característica e o grau de desenvolvimento da diabetes.
Marina Maria de Oliveira - Formada em 2015 pelo curso
de Farmácia da UniSantos
Referências:
SCHMID, H. New options in insulin therapy. J. de Ped., v.
83, n. 5, 2007.
GABBAY et al. Comparação Entre as Insulinas Regular
Pré-Jantar e NPH no Almoço Como a Terceira Aplicação de Insulina no Tratamento
de Adolescentes Com Diabetes Melito do Tipo 1 em Um Serviço Público de
Saúde. Arq. Bras. Endocrinol. Metab., v. 48 n. 6, 2004
PINTO, I.C.C. “Novas Insulinas: vantagens reais e
controvérsias”. Universidade Fernando Pessoa Faculdade de Ciências da Saúde
Porto, 2013.
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