A vacinação muitas vezes é a
única alternativa segura para o controle de uma doença. A infraestrutura
laboratorial e a capacidade técnica de investigação são limitadas em muitos
países, onde as doenças se instalam. A condição econômica-científica do país
influencia negativamente o desenvolvimento de novas tecnologias de diagnóstico,
obtenção de vacina e estudos sobre o ciclo dos vírus e da doença propriamente
dita.
A pesquisa e produção de vacinas
é uma atividade complexa, que exige longo período de maturação e altos
investimentos. É uma área que também se corre muitos riscos no investimento,
por isso a iniciativa privada não se faz presente. O governo tem,
necessariamente, de apoiar as instituições que se dedicam a pesquisa, desenvolvimento
e inovação das vacinas, as quais necessitam de instalações laboratoriais
diferenciadas e grupos de pesquisadores com diversas formações acadêmicas. Isso
se faz preciso, pois para se desenvolver uma vacina é necessário conhecer
profundamente o vírus, seu ciclo, como ele foge das nossas defesas fisiológicas
e como nosso corpo desenvolve imunidade após a infecção a fim de reproduzir
isso em circunstâncias seguras.
Nos dias de hoje, vivemos grave
problema de disseminação de vírus por vetores, os mosquitos. Devido à alta
capacidade de adaptação do Aedes aegypti ao meio urbano e à infraestrutura
precária de muitas cidades, a dengue, a chikungunya e a zika são exemplos de doenças
virais que estão próximas de nós. Já é possível diagnosticar a zika através de
exames específicos e o resultado é ainda mais confiável no quarto dia após o
aparecimento dos sintomas. Ainda não há vacina ou tratamento específico para a
zika, devido aos motivos já citados. O desenvolvimento da vacina contra zika
ainda está distante, porém se mostra extremamente necessário e urgente, assim
como a busca de tratamento mais específicos e eficientes.
Enquanto aguardamos a vacina, a medida mais eficaz de controle é através do melhoramento das condições de saneamento básico e
orientação da população quanto à forma de combate à proliferação dos mosquitos
transmissores do vírus e a identificação precoce pelos agentes de controle
epidemiológico em novas áreas afetadas.
O tratamento sintomático da zika preconizado
é bastante parecido com o da dengue, sendo feita grande ingestão de líquidos e
tratamento da febre e alterações de pele que são alguns dos sintomas. Vale
lembrar que o uso de ácido acetilsalicílico e alguns outros anti-inflamatórios
não são recomendados pois podem aumentar o risco de sangramentos.
Thaís Damin Lima - 7º semestre do curso de Farmácia
Referências:
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Desenvolvimento tecnológico: elo deficiente na inovação tecnológica de vacinas
no Brasil. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro, v.
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SANTOS, F. L. A. et al. Pesquisa,
desenvolvimento e inovação para o controle das doenças negligenciadas. Rev
Ciênc Farm Básica Apl., Araraquara. 2012;33(1):37-47.
SILVA,
L. J., RICHTMANN,
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malária e dengue. J Pediatr (Rio J). 2006;82(3 Supl):S115-24.
CHAVES, M. R. O. Dengue,
Chikungunya e Zika: a nova realidade brasileira. Uberlândia.
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