A
Etnofarmacologia é definida como “a exploração científica interdisciplinar dos
agentes biologicamente ativos, tradicionalmente empregados ou observados pelo
homem”, ou seja, o estudo científico baseado no efeito farmacológico
apresentado por determinada planta de uso popular e/ou tradicional frente a uma
enfermidade.
Comumente,
as informações sobre o efeito promovido por uma planta são repassadas oralmente
por gerações, visto que o uso popular de plantas esta difundido na comunidade,
principalmente em regiões onde a população cultiva seu próprio alimento e plantas
medicinais. Sendo assim a etnobotânica promove uma relação entre os indivíduos
e a flora que o cerca.
Na pesquisa
e desenvolvimento de novos fármacos, a seleção etnofarmacológica pode
apresentar extrema valia, quando utilizada na forma de pré-triagem para
identificação de efeitos farmacológicos promovidos por determinadas plantas.
Estudos comprovam que, de cada dez compostos descobertos, quatro seguem para a
fase de desenvolvimento, enquanto existe uma taxa de 50% de desistência devido
a toxicidade e efeitos adversos.
,Além de ser
utilizada no desenvolvimento de novos fármacos, a etnofarmacologia pode ser
aplicada no resgate do conhecimento tradicional em relação à utilização
medicinal dos recursos naturais. Busca-se o entendimento sobre as dinâmicas do
conhecimento tradicional como dose utilizada e posologia, e valorização da
diversidade cultural.
No Brasil, o
uso de plantas medicinais difundiu-se devido à presença de diversas etnias:
indígenas, quilombolas, afro-brasileiros, caiçaras, ribeirinhos, jangadeiros,
assim como a tradição dos imigrantes europeus do início do século XX. Além
disso, o Brasil se encontra na primeira colocação do ranking quanto ao número
de plantas superiores e é considerado um dos sete países com os maiores índices
de biodiversidade.
Desta
maneira o incentivo para pesquisas voltadas no âmbito etnofarmacológico deve
ser valorizado no Brasil, visto que possuímos portfólio para pesquisa e
desenvolvimento científicos, tanto no meio acadêmico quanto no meio industrial,
faltando apenas investimento financeiro para realização de determinadas
pesquisas.
Mayra Ivonete Wessling – 6º semestre do curso de Farmácia
Referência:
CENTRO DE
ESTUDOS ETNOFARMACOLÓGICOS, Etnofarmacologia. Disponível
em:<http://www.cee.unifesp.br/etnofarmacologia.htm>. Acesso em 16 Ago.
2017.
ELISABETSKY,
Elaine. Etnofarmacologia. Cienc. Cult.,
São Paulo , v. 55, n. 3, p. 35-36, Sept.
2003 .
FRANCO,
F.; LAMANO-FERREIRA, A.P.N.; LAMANO-FERREIRA, M. Etnobotânica: aspectos
históricos e aplicativos desta ciência, Cad. Cult. Ciênc. Ano VI, v.10, n.2,
dez, 2011.
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