O glaucoma é
uma doença ocular de causa multifatorial, que geralmente não apresenta sintomas
iniciais e afeta o nervo óptico de maneira progressiva. Esse nervo é
responsável pela transmissão das informações captadas pela estimulação luminosa
até ao cérebro para ser interpretada, ou seja, é como enxergamos.
Na maioria
das vezes a doença é causada pela elevação da pressão intraocular, no entanto
há pacientes que apresentam glaucoma com pressão baixa. Estudos classificam que
a pressão intraocular normal varia entre 10 e 21,5 mmHg, porém cada paciente
tem sua pressão ideal, podendo esse valor considerado normal se alterar de
indivíduo para indivíduo.
O
diagnóstico é realizado através de exames como: exame de fundo do olho, medida
da pressão intraocular e exame de campo visual. Para a realização do
diagnóstico é necessária a consulta de um oftalmologista, recomendando-se que
se realize consultas regulares para a detecção precoce da doença.
De acordo
com a OMS, a cada ano são registrados 2,4 milhões de novos casos de glaucoma no
mundo e é responsável por cerca de 13% da cegueira derivada da enfermidade. A
doença pode se manifestar de diferentes maneiras: de ângulo aberto (80% dos
casos), de ângulo fechado, de pressão normal, pigmentar, secundário e congênito.
O glaucoma não tem cura, por esse motivo o tratamento adequado deve ser o mais
precoce possível, com o intuito de se prolongar a capacidade de visão. Todavia
é seguramente comprovado pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) que
pacientes que não realizam o tratamento adequado evoluem para a cegueira.
Segundo o
CBO, o glaucoma pode ser proveniente de três diferentes causas. A causa congênita
é quando está presente já no nascimento. Os recém-nascidos apresentam globos
oculares aumentados e córneas embaçadas. A secundária ocorre devido a uma causa
específica como após cirurgia ocular, catarata avançada, uveítes, diabetes,
traumas ou uso de corticoides. E por fim, a crônica costuma atingir pessoas
acima de 35 anos de idade.
O tratamento
consiste, basicamente, no controle da progressão da doença, podendo ser
realizado através de colírios, laser ou cirurgia. Os colírios usados no
tratamento do glaucoma, com a finalidade de baixar a pressão intraocular, têm dois
principais mecanismos de ação diferentes. Eles agem sobre o líquido que circula
dentro do olho, chamado de humor aquoso. Os princípios ativos dos colírios diminuem
a produção do líquido ou aumentam sua drenagem.
Em
princípio, adota-se a monoterapia e havendo uma redução suficiente da pressão
intraocular, há de se manter controles periódicos. Segundo o Consenso da
Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), nos casos em que a pressão intraocular alvo
não for atingida com uma única medicação, mas houve ao menos a redução da mesma
em 10%, uma segunda droga deverá ser acrescentada à terapia. O aumento no
número de colírios utilizados corresponde ao avanço do glaucoma.
Mayra Ivonete Wessling – do 6º semestre do curso de Farmácia
Referências:
CBO –
CONSELHO BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA, Glaucoma.
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