A cafeína está entre as substâncias mais
consumidas no mundo. É possível encontrá-la em diversas substâncias, como no
café, cacau/chocolate e nos refrigerantes. Um dos motivos da procura pela
cafeína são os efeitos no sistema nervoso central, tendo a capacidade de
aumentar a atenção do indivíduo, diminuir o estado de sonolência e causar maior
estimulação adrenérgica.
Os efeitos da cafeína são devido a
estimulação adrenérgica, permitindo a sensação de “energia” no corpo. A cafeína
tem efeitos semelhantes ao de uma substância presente no organismo, a
noradrenalina. Esse mediador químico fisiológico produz efeitos estimulantes
durante as atividades físicas ou de tensão. A cafeína, então, desencadeia
reações similares. Portanto, sua ingestão aumenta a atividade adrenérgica no
organismo.
Há estudos apontando que a cafeína pode
ser utilizada para melhorar a função cardiorrespiratória de pacientes
asmáticos. Esse apontamento se dá pelo fato da cafeína aumentar a função
respiratória, função da qual em asmáticos se encontra mais debilitada quando
comparada com indivíduos saudáveis.
A dificuldade respiratória durante as
crises de asma é resultado da constrição da musculatura responsável pela
abertura e fechamento dos brônquios, dificultando a passagem de ar. As
substâncias adrenérgicas causam a relaxamento dessa musculatura, permitindo o
maior fluxo de ar nos brônquios. Exemplos de broncodilatadores, o salbutamol e
o fenoterol são medicamentos muito utilizados em bombas inalatórias para crises
de asma e que também simulam os efeitos adrenérgicos, causando o relaxamento da
musculatura brônquicas.
Porém, a cafeína não deve, de maneira
alguma, ser utilizada como substituta de medicamentos em crises de asma. Mesmo
ela tendo o mesmo mecanismo de ação. A dose de cafeína presente em bebidas e
alimentos é insignificante para controlar a crise asmática, enquanto os
medicamentos têm a dose necessária para realizar este efeito.
Os estudos apontam que a cafeína melhora
a condição respiratória de indivíduos asmáticos em condições de crises controladas.
É importante informar que a cafeína não previne novas crises, portanto sua ação
é restrita apenas à melhoria da condição respiratória do indivíduo,
proporcionando maior qualidade de vida.
João
Gabriel Gouvêa da Silva – 6º semestre do curso de Farmácia
Referências:
CAMARGO,
J.S.O. et al. Utilização e eficácia de espaçadores no tratamento farmacológico
de pacientes asmáticos: uma revisão integrativa. Rev. enferm. Rio de Janeiro,
v.20, n.1, p.654-60, Dez. 2012.
BRAGA,
L.C.; ALVES, M.P. A cafeína como recurso ergogênico nos exercícios de
endurance. Rev. Bras. Ciên. e Mov. Brasília, v.8, n. 3, p. 33-37, Jun. 2000.
WELSH, E.J.
et al. Caffeine for asthma. Cochrane Database of Systematic Reviews, London, v. 1, Jan. 2010.
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