A experimentação em animais é realizada
há muito tempo com a justificativa de utilizar outros organismos vivos para se
estudar os efeitos de determinada substância. Obviamente, a pretensão é a de
proteger os humanos de eventuais efeitos indesejados e tóxicos. Porém, a
utilização desta metodologia tem gerado debates na comunidade científica, bem
como na sociedade como um todo. Isso se deve ao fato de muitas pessoas se sensibilizarem
com a sua utilização em testes e eventual sofrimento a que são submetidos.
Porém, para um medicamento ser
comercializado é necessário sua submissão a diversos testes para garantir que sua
eficácia comprovada. Além disso, esse trabalho permite definir as doses, possíveis
efeitos tóxicos e ter os eventos colaterais definidos, garantindo segurança no
uso do medicamento.
Inicialmente, o fármaco deve apresentar
resultados positivos em culturas de células isoladas e outros testes
laboratoriais. Após esses procedimentos, serão realizados testes em animais. Os
roedores são os animais mais utilizados, quer pelo seu preço e facilidade de
manutenção, ainda que o custo se mantenha alta. Mas outros animais podem ser
usados. Passada essa importante etapa, o próximo processo seria os testes em
humanos.
Com isso, os testes em animais diminuem
a chance de ocorrer imprevistos ou fatalidades nos processos seguintes. Os
animais de laboratório têm, justamente, o propósito de evidenciar a maneira
clínica da atuação do fármaco no devido local de ação sem causar danos em
outros tecidos. É irrefutável a importância de haver testes em animais durante
o processo de desenvolvimento de fármacos. Mas o metabolismo do ser humano é
mais complexo que dos animais utilizados em pesquisa. Assim sendo, mesmo tendo
resultados positivos em animais, o efeito da droga pode ser mais tóxico ou
muitas vezes nem apresentar resultados em humanos.
Os animais são utilizados em pesquisas
pela falta de outros testes ou simulações que apresentem resultados confiáveis.
É comum se pensar que os animais são tratados com crueldade durante esses
testes, mas isso não é verdade. Há diversos procedimentos éticos que devem ser
cumpridos para garantir que o animal sofra o menos possível e não agonize.
Normalmente, os testes em animais são
evitados, pois os custos são altos e necessitam de grande cuidado e mão de obra
para a manutenção dos animais. Assim, a tendência de testes em animais é sua
redução conforme forem feitas descobertas que possam substituir esta
metodologia. Mas há de se ressaltar que esses testes são necessários para que a
saúde como um todo possa se desenvolver e gerar novos medicamentos para o
combate das enfermidades.
João
Gabriel Gouvêa da Silva – 6° semestre do curso de Farmácia
Referências:
GUIMARÃES, M.V. et al. Utilização de animais
em pesquisas: breve revisão da legislação no Brasil. Rev. bioét. Impr. Brasília/DF, v.24, n.2, p. 217-24,
2016.
CALIXTO, J.B.; JUNIOR, J.M.S. Desenvolvimento
de Medicamentos no Brasil: Desafios. Gaz. méd. Bahia, v.78, Suplemento 1, p.98-106,
2008.
VICENTE, A.M.; COSTA, M.C. Experimentação
animal e seus limites: core set e
participação pública. Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.24, n.3, p.
831-849, 2014.
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