A homeopatia,
terapêutica muito difundida na sociedade, costuma gerar diversas polêmicas
sobre os seus efeitos. Essa polêmica surge pelo fato dos princípios
homeopáticos serem diferentes dos princípios
alopáticos, daqueles medicamentos convencionais.
O princípio alopático
baseia-se no princípio dos contrários, ou seja, para tratar determinada
enfermidade é necessária a administração de substância que produzam efeito
contrário ao da patologia. Por exemplo, em quadros inflamatórios é necessária a
aplicação de substâncias anti-inflamatórias.
Já a homeopatia
funciona de maneira diferente, baseando-se no princípio dos semelhantes. Com
isso, acredita-se que a administração de substâncias que produzem efeitos
semelhantes de uma doença em indivíduos saudáveis, pode estimular o organismo
do indivíduo debilitado contra a doença.
Como exemplo banal,
pode-se pensar que a picada de uma abelha provoca um quadro inflamatório
característico. Pelo princípio da semelhança, um medicamento produzido a partir
da abelha servirá para resolver um quadro semelhante com causa distinta, por exemplo,
um quadro inflamatório causado pelo excesso de exposição.
Para que haja o
efeito desejado, os medicamentos homeopáticos têm seus princípios ativos
diluídos em escalas decimal ou centesimal. Esse fato é o principal motivo do
porquê a homeopatia gera tantas discussões sobre seus reais efeitos. Há
diversas explicações sobre o mecanismo que a homeopatia funciona, incluindo a
teoria do efeito rebote, que é derivada do próprio entendimento da farmacologia
convencional.
Quando o organismo
entra em contato com uma substância, inicialmente ocorre o efeito primário, que
é a ação direta da substância no organismo. Por exemplo, na administração de um
anti-hipertensivo, o efeito primário será a redução da pressão arterial
desejada.
O efeito rebote é a
reação secundária desenvolvida pelo organismo quando entra em contato com
determinadas substâncias, estimulando o organismo a produzir efeito contrário
ao da substância. Esta ação secundária é a maneira que o organismo utiliza para
manter o equilíbrio das funções fisiológicas, tentando não deixar que
determinada função esteja mais acentuada do que outras. O efeito rebote dos
descongestionantes é bastante conhecida. Após a instilação nas narinas do
líquido descongestionante, virá uma congestão rebote, podendo ser de maior
intensidade daquela tratada.
A teoria do efeito
rebote explicaria a homeopatia, pois a administração de uma substância que
produza os mesmos efeitos da doença em pessoas sadias, em altas diluições,
estimularia o organismo a produzir o efeito contrário do medicamento
homeopático. Por exemplo, se o paciente está inflamado e utiliza o medicamento
homeopático com a substância que também tem ação inflamatória, o organismo iria
produzir um efeito rebote contra essa substância e passaria a desencadear
efeitos anti-inflamatórios no organismo.
A prática homeopática
produz resultados positivos na maioria dos pacientes que fazem uso dela. Mesmo
que seu mecanismo de ação não seja totalmente esclarecido e não possa ter
eficácia comprovada do mesmo jeito que os medicamentos alopáticos, a homeopatia
chega a ser terapia de primeira escolha para muitas pessoas. Parte dessa
credibilidade advém do fato já ser usada por mais de 200 anos. Consulte um
farmacêutico homeopata, presente na maioria dos estabelecimentos homeopáticos,
para quaisquer dúvidas e prescrições, pois o farmacêutico tem permissão para
prescrever medicamentos homeopáticos.
João Gabriel Gouvêa da Silva – 6º semestre do curso de
Farmácia
Referências:
TEIXERA, M.Z.
Immunomodulatory drugs (natalizumab), worsening of multiple sclerosis, rebound
effect and similitude. Homeopathy. London,
v.102, n.3, p.215-24, Jul. 2013
SHAH, R. Desafios colocados ao tratamento homeopático
pelo uso anterior de medicação imunossupressora: Observações da prática
clínica. Revista de Homeopatia. São Paulo, v.74, n.3, p.49-54, 2014.-
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