O
uso de medicamentos traz alívio para muitas pessoas, porém sempre haverá
reações adversas. A decisão pelo seu uso
se dá pela ponderação entre os níveis de risco e de benefício que os remédios
provocam. Existem vários níveis de reações adversas e o fígado e os rins são
mais suscetíveis por estarem bastante expostos aos medicamentos. O fígado é o
responsável pelo processamento dos constituintes do remédio visando a facilitação
da sua eliminação pelos rins.
Alguns
medicamentos são muito nefrotóxicos, ou seja, causam danos aos rins. Cerca de
20% das pessoas são internadas por lesões renais agudas causadas por medicamentos.
Em um primeiro momento, esse dano não apresenta sinais nem sintomas. Nessa
fase, o diagnóstico tem de ser feito por exames laboratoriais. Mas as pessoas com
problemas renais pré-estabelecidos devem evitar medicamentos como aminoglicosídeos
(gentamicina, estreptomicina), anfotericina, ciclosporina dentre outros.
Esses
medicamentos são antimicrobianos e necessitam, obrigatoriamente, de prescrição
médica. Porém, outros medicamentos mais acessíveis também podem causar lesões
renais. Os anti-inflamatórios e analgésicos podem causar sérios problemas
quando usados de forma contínua. Os idosos são mais suscetíveis. Estima-se que
um entre 200 idosos com mais de 65 anos terá insuficiência renal aguda pelo uso
desses medicamentos. E a insuficiência renal estará instalada dentro dos
primeiros 45 dias de uso.
Além
desses medicamentos citados, muitos outros fazem parte da lista de
nefrotóxicos, potencialmente lesivos aos rins. Alguns estudos apontam para mais
de 50 medicamentos usados corriqueiramente ou em ambiente hospitalar podem
causar insuficiência renal. Aos médicos cabem analisar o risco e,
eventualmente, substituir os medicamentos ou ajustar as doses. Ao usuário, é
importante que se mantenha bem hidratado, para evitar o acúmulo de medicamento
ou seus metabólitos nos rins.
Se
ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre
Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo
e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro
Nébias, 300, 11015-002.
Prof.
Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP
(1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos
(1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor
titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.
*Publicado
originalmente pelo Jornal da Orla
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