Sim, funciona. O fato
de não haver provas científicas não a descredencia. Aliás, muitas das
“verdades” que a ciência já provou, se mostraram verdadeiras mentiras. Muitos
medicamentos já foram retirados do mercado porque novos fatos surgiram. Mas não
é a ciência que é o problema, pelo contrário, ela deve ser o grande guia da
humanidade, porém é preciso entendê-la.
A ciência moderna ocidental está baseada em alguns pressupostos que foram firmados por diversos filósofos e pessoas ligadas à ciência, desde o início da idade moderna. Esses pressupostos, ou seja, pontos de partida para se entender os fatos, levaram a uma obrigatória separação entre o corpo físico biológico e a individualidade do ser, aqueles elementos que os distingue, como a razão e a emoção. Com isso, a ciência entende que os organismos humanos, por exemplo, são iguais em sua essência e em nada influenciado pela individualidade.
Assim, os
experimentos científicos buscam provar o quanto reagimos de forma semelhante e
apenas aceitando o igual como certo e científico. Para a homeopatia e outras
terapêuticas vitalistas, como acupuntura ou a ayurveda dentre outras, o que
importa é aquilo que é próprio e característico de sua individualidade. Deste
modo, é muito difícil criar um plano de investigação em que muitos reajam da
mesma forma frente ao mesmo tipo de problema.
Ao considerar a
individualidade para a escolha do medicamento, uma simples dor de barriga
resultará na possibilidade de uso vários medicamentos diferentes, dependendo da
pessoa. A ciência moderna não admite isso, porque são os resultados em números que
permitem a análise estatística e mostram o resultado esperado em porcentagem de
efetividade, para cada opção terapêutica.
A homeopatia e demais
terapêuticas vitalistas precisam se apoiar em outras formas de provas para
mostrar a sua eficácia. Para a homeopatia é difícil criar um protocolo
científico que faça um número muito grande de pessoas usar um mesmo medicamento
para resolver um problema semelhante.
A homeopatia e as
demais terapêuticas vitalistas têm mostrado, como prova de sua eficácia,
resultados expressivos ao longo do tempo. A Organização Mundial da Saúde admite
a homeopatia e outras formas de terapêutica baseando-se em sua longevidade
cultural, ou seja, não é uma prática de moda, mas algo que se consolida ao
longo tempo. É preciso considerar que o uso da homeopatia precisa de bom senso,
assim como tudo que fazemos na vida. Ela não é infalível.
Se ainda tiver
dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do
curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br
ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.
Prof. Dr Paulo Angelo
Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981),
especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos
(1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor
titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.
*Publicado
originalmente pelo Jornal da Orla
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