O Instituto Nacional de Câncer (INCA), do Ministério da
Saúde, apresenta o câncer de mama compondo 25% do total de casos no mundo. Esse
câncer aparece em menos de 0,2% dos homens, sendo mais presente nas mulheres
devido aos seus hormônios, mais especificamente aos estrogênios endógenos
(próprios da mulher durante o ciclo menstrual) ou os exógenos (os usados como contraceptivos
ou como terapia de reposição hormonal).
Devido às causas hormonais, quanto mais tempo a mulher
estiver exposta à eles, maior o risco do aparecimento do câncer. Assim, primeira
menstruação com menos de 12 anos, menopausa tardia após os 50 anos, primeira
gravidez após os 30 anos, nuliparidade (não ter filhos) e terapia de reposição
hormonal pós-menopausa são as principais causas do câncer, além de histórico
familiar, radiações, ingestão regular, ainda que moderada, de bebida alcoólica,
obesidade e sedentarismo. Por outro lado, a prática de atividade física e o
aleitamento materno exclusivo diminuem a chance de seu aparecimento.
Como todo câncer, seu desenvolvimento é progressivo e
classificado em níveis de estadiamento (estágios da evolução), de I a IV.
Quanto mais precocemente for diagnosticado, menos agressivo será o tratamento e
com maiores chances de cura. Porém, ainda não há medicamentos que possam
reverter o quadro e a cirurgia ainda é o tratamento principal. Os medicamentos
são considerados como terapia adjuvante ou auxiliar e escolhidos em função do
estadiamento da doença. No estágio inicial, o tamoxifeno é um dos indicados. Em
situações de maior gravidade, outras substâncias são usadas.
Na progressão da doença, os tumores se diferenciam em dois
tipos importantes: aqueles que continuam a sofrer ação do estrogênio e os que evoluem
de forma independente. No primeiro caso, é possível o uso de tamoxifeno com ação
antiestrogênica, diminuindo o efeito desse hormônio sobre o câncer. O seu uso
regular aumenta a sobrevida dos pacientes e reduz o risco de recorrência,
principalmente, depois de cinco anos de tratamento.
Para ser eficaz, o tamoxifeno precisa ser transformado
dentro do organismo, por enzimas específicas que nem todas as mulheres são
capazes de produzir devido a variabilidade genética. O estudo da condição do
porquê alguns medicamentos não são eficazes em todas as pessoas, chama-se
farmacogenética. Isso assume importância no câncer de mama porque, devido à
genética, nem todos os tumores regredirão com o uso do tamoxifeno.
A ação dos medicamentos é muita complexa e algumas
substâncias tem efeitos contrários, dependendo do órgão. O raloxifeno é um
medicamento que age do mesmo modo que o estrogênio no osso, fortalecendo-o nos
casos de osteoporose, mas age como antagonista, ao contrário do mesmo hormônio,
prevenindo o câncer de mama.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de
Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da UniSantos. O
contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM,
avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.
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