Os contraceptivos orais possibilitaram avanços incontestáveis
à população, como o controle sobre as taxas de natalidade, o planejamento
familiar e a maior participação das mulheres no mercado de trabalho. Constituem
o método mais popular de prevenção contra a gravidez, sendo utilizado por mais
de 200 milhões de mulheres no mundo, desde a sua inserção na prática médica.
Possuem alta porcentagem de eficácia e efetividade, porém, este método não é
eficaz para a proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis, sendo
necessário para esta finalidade o uso de outro método contraceptivo como a
camisinha, distribuída gratuitamente em unidades de saúde desde o ano de 1994.
O uso diário de contraceptivos orais promove uma constante
manutenção dos níveis hormonais de progesterona e estrógeno, causando a
inibição de secreção hipofisária de LH e FSH (hormônios necessários para a ovulação
e maturação do óvulo), impedindo assim o período de ovulação. Existem também outras
propostas terapêuticas para seu uso além da contracepção, como o de alívio da
dismenorreia, mastodinia e tensão pré-menstrual, a diminuição da incidência de
hiperplasia e neoplasia endometriais, doença inflamatória pélvica, gravidez
ectópica, endometriose, doença fibrocística benigna da mama, cistos funcionais
e câncer de ovário, assim como a melhora da acne, hirsutismo e proteção do
câncer de endométrio e ovários dentro de seis meses de uso.
Há contradição entre estudos sobre a associação das usuárias
de contraceptivos orais e o desenvolvimento de câncer de mama. Alguns destes
estudos concluem que as mulheres expostas ao medicamento possuem mais chances
de desenvolver a doença do que as mulheres não expostas. O risco é relativamente
maior entre as mulheres que usaram os contraceptivos orais com dosagens mais
elevadas de estrogênio, assim como quem fez uso por um longo período ou quem
iniciou o uso em idade precoce, mas de acordo com outros estudos nada está
definitivamente comprovado.
Recomenda-se a mudança para um método contraceptivo não
hormonal em mulheres hipertensas, pois o uso do contraceptivo oral pode causar
um aumento pequeno, porém significativo nas pressões sistólica e diastólica.
Deve-se também evitar o tabagismo, pois estudos indicam que o fumo em conjunto
com o uso de contraceptivos orais aumenta as chances de desenvolvimento de
doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio, por exemplo.
A embalagem deve conter comprimidos que devem ser tomados
diariamente a partir do primeiro ao quinto dia do ciclo menstrual, com uma
pausa, normalmente, de sete dias após o inicio de uma nova cartela. Essa pausa
pode ser feita com a tomada de comprimidos fornecidos na cartela, que
apresentam outras substâncias que não os hormônios.
Os contraceptivos orais podem ainda conter apenas progestógeno
e são indicados durante a amamentação por não inibirem a produção de leite
materno como os comprimidos combinados. Também podem ser usados em casos de
intolerância a estrógenos, para a contracepção de emergência como em casos de
uso incorreto do anticoncepcional, risco de gravidez indesejada após relação
sexual desprotegida ou estupro.
É de extrema importância para a prevenção de problemas
relacionados ao uso de contraceptivos orais a pratica regular de atividades
físicas, a adoção de uma dieta equilibrada, a realização de mamografia ao menos
uma vez por ano após os 40 anos de idade, assim como evitar a obesidade, o
tabagismo e etilismo para a prevenção de problemas que possam estar
relacionados ao uso de anticoncepcionais orais, para ter uma vida com qualidade
e saúde.
Sylvia Fortes Restrepo – 6º Semestre de Farmácia
Referências:
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSE ALENCAR GOMES DA SILVA (INCA).
Câncer de mama. Disponível em: <http://www2.inca.gov.br>.
Acesso em: 30 set. 2012.
TESSARO, Sérgio et al.. Contraceptivos orais e câncer de
mama: estudo de casos e controles. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v.
35, n. 1, fev. 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo>.
Acesso em: 01 out. 2014.
WANNMACHER, L. – FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDOPOLIS.
Anticoncepcionais orais: o que há de novo? Disponível em:
<http://www.fef.br/biblioteca/arquivos/data/uso_racional_medicamentos.pdf>
Acesso em 03 out. 2014.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Anticoncepcionais
orais (ACO). Disponível em: <http://www.ufrgs.br/espmat/disciplinas/midias_digitais_II/modulo_II/pilulas.html>
Acesso em: 03 out. 2014.
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