Como já é
sabido, todo medicamento pode provocar reações adversas, e as mulheres grávidas
estão duplamente expostas, por si só e pelo feto. A mulher grávida pode ter
contato com medicamentos devido à necessidade ou por desconhecimento do “estado
interessante”.
Os medicamentos
podem causar efeitos prejudiciais ao feto em qualquer momento da gravidez. Por
outro lado, deixar de usar o medicamento também pode ser prejudicial para mãe
e, por consequência, para o bebê. Então é preciso uma medida de segurança
quanto ao seu uso.
Entre a primeira
e terceira semana da gravidez, o medicamento pode causar um efeito de tudo ou
nada, ou seja, tanto pode haver a perda do feto quanto simplesmente não
acontecer nada. Já entre a 3ª e 11ª semana, o bebê está na fase de organogênese,
que é quando começam a se formar os órgãos, cada um a seu tempo. E o efeito
tóxico pode causar a teratogênese ou malformações, o que é isso? O medicamento
pode “matar” as células que dariam origem aos braços, por exemplo, e a criança
teria, então, a malformação naquele membro.
Por outro lado,
se a mulher fizer uso do medicamento muito próximo ao final da gravidez, perto
do nascimento, pode haver efeitos adversos não só na evolução do trabalho de
parto como para o próprio recém-nascido.
Para auxiliar os
médicos na prescrição dos medicamentos necessários à mulher grávida, um órgão
americano (FDA) criou critérios para a classificação dos medicamentos quanto o
risco que a substância pode causar ao feto. Essas informações foram coletadas em
situações em que as mulheres fizeram uso de medicamentos de maneira inadvertida.
Parece óbvio que ninguém aprovaria um teste em mulheres grávidas. Mas um grande
volume de informação também pode ser obtido em testes com animais.
Desse modo, a classificação,
segundo o FDA, se resume em cinco categorias: A, B, C, D e X, além da situação
em que não há informações suficientes para a sua classificação. Os medicamentos
classificados como A são aqueles que não apresentam risco à mulher, nem ao bebê.
Por outro lado, os do tipo X são aqueles que têm o seu uso totalmente
contraindicado, pela grande probabilidade de causar malformações. O exemplo
mais conhecido de um medicamento classificado como X é a talidomida, mas
existem outros como atorvastatina e doxiciclina.
Os medicamentos
classe D apresentam alta possibilidade de causar problemas, mas dependendo da
necessidade da mulher, o uso do medicamento ainda pode ser feito, em favor do provável
benefício que ele possa trazer. Os demais, B e C, são de risco intermediário.
Mas é bom
lembrar que todos os fármacos deverão ser evitados, se possível, durante o
primeiro trimestre. Assim, se você, mulher em idade fértil, está sob tratamento
medicamentoso pergunte ao seu médico ou a um farmacêutico sobre esse assunto.
O Centro de
Informações sobre Medicamentos (CIM) da UniSantos está a sua disposição para
dúvidas e sugestões, escreva para o e-mail cim@unisantos.br
ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002,
Santos-SP.
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