sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Vacina contra HPV

 O Papilomavírus Humano - HPV é um vírus sexualmente transmissível, inofensivo ao homem portador, mas pode causar o câncer de colo de útero. Esse é o terceiro tipo de tumor mais comum em mulheres e o quarto câncer que mais mata brasileiras. Dada a importância à saúde pública, uma vacina contra o HPV foi recentemente incluída no programa de vacinação do SUS. Diferentemente de outras, a vacina do HPV usa apenas uma fração do vírus - fragmento isolado do envoltório viral composta de uma proteína (L1) - que é capaz de ativar o sistema imunológico do organismo para prevenir a infecção num posterior contato ao HPV.


Após seis meses de imunização, em setembro de 2014, noticiaram-se 11 casos suspeitos de reação à vacina contra o HPV, chegando três das adolescentes a ser internadas com fortes dores de cabeça e paralisia nas pernas, após receberem a segunda dose da vacina em uma escola municipal de Bertioga. A possibilidade real de paralisia foi descartada após vários exames, e as meninas receberam alta.

Segundo o Ministério da Saúde, a vacina é segura e recomendada pela Organização Mundial da Saúde - OMS. De acordo com a Diretoria de Imunização do Estado “foi o mesmo lote [distribuído no estado de São Paulo] e 20 mil meninas que receberam a vacina contra HPV estão bem", assim a vacinação continuará normalmente, uma vez que as reações são pontuais em uma escola do município. Desde março, o Brasil oferece essa imunização em postos de saúde e escolas, para garotas de 11 a 13 anos. Quase cinco milhões de meninas em todo o Brasil já foram imunizadas.

Gratuita no Brasil, há anos o método preventivo já foi disponibilizado para comércio em outros países. No Japão, a campanha nacional de vacinação 2013 abrangeu adolescentes entre 12 e 16 anos. Foram aplicadas 3,4 milhões de doses, e 176 jovens de todo país apresentaram reações importantes à vacina (dor crônica, perda de memória e de força e sensibilidade nas pernas), motivo para o governo japonês determinar a suspensão da campanha.

Por estarem todos os casos localizados em um único posto de aplicação, tendo sido descartados problemas relacionados ao lote, algumas possíveis causas são sugestivas: contaminação de frasco-ampola, fatores pré-determinantes tais como genética ou características regionais, até mesmo problemas de administração. A Diretoria da Vigilância Epidemiológica de São Paulo investiga as reações e determinará procedimentos cabíveis.

A reação alérgica a essa vacina é possível como para qualquer vacina e apenas 0,03% do número de doses aplicadas tiveram reações reportadas. Médicos britânicos concluíram que as reações eram esperadas, e muitas vezes causadas por efeitos psicológicos e não físicos, por medo da vacina, definida pela OMS como ‘reação de ansiedade após imunização’.

Todas as meninas que tomaram a primeira dose da vacina devem ser vacinadas novamente. A administração das três doses é importante na adequada imunização das adolescentes. De acordo com o esquema ministerial, a segunda dose deve acontecer seis meses depois da primeira, e a terceira dose após cinco anos (0,6 e 60 meses).

Suzana Silva de Oliveira – 10º semestre de Farmácia

Referências:
BITENCOURT, J.; RODRIGUES, L.G.. Jovem que teve suspeita de reação vacina do HPV é internada novamente. Santos: G1, 2014. Disponível em: <http://g1.globo.com>. Acesso em: 18 set. 2014.

GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S.A.. Meninas já podem receber 2ª dose da vacina contra HPV em Arraial do Cabo. Rio de Janeiro: G1, 2014. Disponível em: <http://g1.globo.com>. Acesso em: 18 set. 2014.

GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S.A.. Governo e os médicos garantem: a vacina contra HPV é segura. set. 2014.

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