O Papilomavírus Humano - HPV é um vírus sexualmente
transmissível, inofensivo ao homem portador, mas pode causar o câncer de colo
de útero. Esse é o terceiro tipo de tumor mais comum em mulheres e o quarto
câncer que mais mata brasileiras. Dada a importância à saúde pública, uma
vacina contra o HPV foi recentemente incluída no programa de vacinação do SUS.
Diferentemente de outras, a vacina do HPV usa apenas uma fração do vírus -
fragmento isolado do envoltório viral composta de uma proteína (L1) - que é
capaz de ativar o sistema imunológico do organismo para prevenir a infecção num
posterior contato ao HPV.
Após seis meses de imunização, em setembro de 2014,
noticiaram-se 11 casos suspeitos de reação à vacina contra o HPV, chegando três
das adolescentes a ser internadas com fortes dores de cabeça e paralisia nas
pernas, após receberem a segunda dose da vacina em uma escola municipal de
Bertioga. A possibilidade real de paralisia foi descartada após vários exames,
e as meninas receberam alta.
Segundo o Ministério da Saúde, a vacina é segura e
recomendada pela Organização Mundial da Saúde - OMS. De acordo com a Diretoria
de Imunização do Estado “foi o mesmo lote [distribuído no estado de São Paulo]
e 20 mil meninas que receberam a vacina contra HPV estão bem", assim a
vacinação continuará normalmente, uma vez que as reações são pontuais em uma
escola do município. Desde março, o Brasil oferece essa imunização em postos de
saúde e escolas, para garotas de 11 a 13 anos. Quase cinco milhões de meninas
em todo o Brasil já foram imunizadas.
Gratuita no Brasil, há anos o método preventivo já foi
disponibilizado para comércio em outros países. No Japão, a campanha nacional
de vacinação 2013 abrangeu adolescentes entre 12 e 16 anos. Foram aplicadas 3,4
milhões de doses, e 176 jovens de todo país apresentaram reações importantes à
vacina (dor crônica, perda de memória e de força e sensibilidade nas pernas),
motivo para o governo japonês determinar a suspensão da campanha.
Por estarem todos os casos localizados em um único posto de
aplicação, tendo sido descartados problemas relacionados ao lote, algumas
possíveis causas são sugestivas: contaminação de frasco-ampola, fatores
pré-determinantes tais como genética ou características regionais, até mesmo problemas
de administração. A Diretoria da Vigilância Epidemiológica de São Paulo
investiga as reações e determinará procedimentos cabíveis.
A reação alérgica a essa vacina é possível como para
qualquer vacina e apenas 0,03% do número de doses aplicadas tiveram reações
reportadas. Médicos britânicos concluíram que as reações eram esperadas, e
muitas vezes causadas por efeitos psicológicos e não físicos, por medo da
vacina, definida pela OMS como ‘reação de ansiedade após imunização’.
Todas as meninas que tomaram a primeira dose da vacina devem
ser vacinadas novamente. A administração das três doses é importante na
adequada imunização das adolescentes. De acordo com o esquema ministerial, a
segunda dose deve acontecer seis meses depois da primeira, e a terceira dose
após cinco anos (0,6 e 60 meses).
Suzana Silva de Oliveira – 10º semestre de Farmácia
Referências:
BITENCOURT, J.; RODRIGUES, L.G.. Jovem que teve suspeita de
reação vacina do HPV é internada novamente. Santos: G1, 2014. Disponível em:
<http://g1.globo.com>. Acesso em: 18 set. 2014.
GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S.A.. Meninas já podem
receber 2ª dose da vacina contra HPV em Arraial do Cabo. Rio de Janeiro: G1, 2014.
Disponível em: <http://g1.globo.com>. Acesso em: 18 set. 2014.
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