Demonstrada a ampla gama de possíveis métodos contraceptivos
existentes (explanados em http://cimunisantos.blogspot.com.br/search/label/contraceptivos),
vamos considerar a gravidez pela
perspectiva de ato consciente e desejado, que
merece planejamento prévio. O corpo da mulher passa por uma série de transformações
para se adequar a presença e desenvolvimento do bebê. Neste momento, o
organismo da mãe cede nutrientes necessários à constituição do feto. Por esta
razão, a alimentação da gestante deve ser balanceada, rica em vitaminas e
minerais.
Este planejamento de concepção envolve a identificação de
fatores de risco para doenças que podem atrapalhar a evolução da gravidez. Deve
ser feito sob critério médico especializado, e incluir exames físicos,
ginecológicos, laboratoriais (testes diagnósticos de doenças sexualmente
transmissíveis, como sífilis e HIV), acompanhamento de patologias crônicas,
tais como epilepsia, diabetes, cardiopatias, hipertensão.
O consumo de vitamina A é uma possível preparação do
organismo para uma gestação vindoura.
Esta vitamina é essencial para o bom funcionamento dos tecidos,
crescimento e desenvolvimento. No decorrer da gestação, no entanto, a criança
em desenvolvimento deve contar apenas com a reserva da vitamina existente no
organismo da mãe. A suplementação de vitamina A durante o período de gravidez favorece
a teratogenia (má formação do feto), sendo contraindicada por este caráter
perigoso. Logo em seguida ao parto, a administração de vitamina A volta a ser
indicada, em dose única concentrada, para favorecer o crescimento do
recém-nascido, que deve dispor de quantidades suficientes da vitamina no leite
materno.
O ácido fólico (vitamina B9) é fundamental na multiplicação
celular, logo, imprescindível durante a gravidez. Está relacionado a aumento do
número de células vermelhas no sangue, ao alargamento do útero, ao crescimento
da placenta e do feto, e na lactação por participar da formação de anticorpos.
A suplementação de ácido fólico periconcepcional e durante o primeiro trimestre
de gravidez reduz o risco de defeitos do tubo neural em 50%.
Sabe-se que ao menos metade das gestações não são
inicialmente planejadas, mesmo que sejam desejadas. Esta debilidade contribui
para o alto índice de complicações neonatais.
Toda terapia farmacológica deve ser considerada na
perspectiva risco-benefício, em especial durante a gestação. Substâncias
presentes em cigarros, bebidas alcoólicas, e medicamentos podem surtir efeitos
sobre o feto, tais como malformações, alterações de comportamento e bioquímicas,
e por esta razão devem ser evitadas. Procure o Sistema Único de Saúde, e não
deixe de fazer acompanhamento pré-natal.
Suzana Silva de Oliveira – 10º semestre Farmácia
Referências:
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Gerência Geral de
Medicamentos. Categoria risco gravidez. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br>.
Acesso em: 22 out. 2014.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento
de Ações Programáticas Estratégicas. Pré-natal e puerpério: Atenção qualificada
e humanizada: Manual técnico. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Série
Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos - Caderno nº 5. Brasília: 2005.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Iniciativa sobre
Micronutrientes. Centro Colaborador de Alimentação e Nutrição do Nordeste I. Vitamina
"A" na Gestação e Lactação: Recomendações e relatório de uma
consultoria. Recife: BVS, 2001. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br>.
Acesso em: 23 out. 2014.
SANTOS, L. M. P.; PEREIRA, M. Z.. Efeito da fortificação com
ácido fólico na redução dos defeitos do tubo neural. Cad. Saúde Pública, Rio de
Janeiro, v. 23, n. 1, p. 17-24, jan. 2007.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ. Faculdade de Farmácia
Odontologia e Enfermagem. Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos. Centro
de Informação sobre Medicamentos. Informações para o uso de medicamentos na
gravidez e lactação. Fortaleza, 2008. 112 p.
Nenhum comentário:
Postar um comentário