O suicídio é um problema de saúde
grave e é uma problemática em nível mundial. Os números de mortes por suicídio
são grandes, mas estima-se que para cada suicídio existam pelo menos 25
tentativas frustradas. Os estudos apontam que as taxas de suicídio são maiores
nos adolescentes e idosos, também sendo mais comum em homens do que em mulheres.
Durante a adolescência, o jovem passa por diversas transformações psicológicas
e sociais, muitas vezes encontrando-se em situações de angústia por ainda não
ter afirmado claramente sua identidade.
O problema inicia-se quando essa
situação de angústia e conflito acaba tornando-se problema psiquiátrico mais
sério, como por exemplo, a depressão. Muitas vezes a depressão é a alavanca que
“incentiva” o indivíduo a praticar o suicídio. Há diversas formas que os
indivíduos utilizam para se auto exterminar. As mortes por arma de fogo, armas
brancas e enforcamento são as mais fatais e brutais, mas curiosamente não é a
forma mais utilizada.
O suicídio, em sua grande
maioria, não é um ato totalmente intencional, ou seja, o indivíduo não tem o
desejo de se matar, mas sim de aliviar a dor e o sofrimento que está passando
no momento, sendo um ato muito mais impulsivo. Isso justifica a utilização das
substâncias químicas em primeiro lugar nos casos de suicídio, que são menos
fatais quando comparados com as armas e o enforcamento. As substâncias químicas
mais utilizadas são os medicamentos.
Os medicamentos são os mais
utilizados devido sua facilidade de obtenção e pela cultura popular de
armazenar medicamentos que sobram em casa.
As tentativas por intoxicação medicamentosa muitas vezes chega a ser
problemática, principalmente pela dificuldade de diagnosticar se a alta
dosagem foi ou não intencional. Isso ocorre porque muitas pessoas têm medo do
estigma e preconceito que sofreriam caso afirmassem uma tentativa de suicídio
e, assim, omitem o real problema.
A forma mais convencional é por
meio dos “coquetéis de comprimidos”, quando o indivíduo junta diversos
medicamentos em um frasco e os ingere. Mas os grupos farmacológicos mais
utilizados para este propósito são: antidepressivos, ansiolíticos,
anticonvulsivantes e anti-inflamatórios não esteroidais.
Quando o indivíduo faz uso de
substâncias químicas para o suicídio, e não consegue atingir este objetivo, deve
ser levado o mais rápido possível para um hospital para os procedimentos
corretos. Não provoque o vômito. Porém pode haver consequências e a dose
medicamentosa excessiva pode deixar sequelas, causando falência de diversos
tecidos e órgãos, podendo fazer com que você perca as condições fisiológicas
adequadas para o seu organismo e se tornando dependente de terapias pelo resto
da vida. Se estiver sentindo sintomas de depressão,
procure um psicólogo, pois ele é um profissional qualificado para ajudar na
resolução de problemas psicológicos.
João Gabriel Gouvêa da Silva – 4°
semestre do curso de Farmácia
Referências:
BERNARDES, S.S. et al. Perfil das
tentativas de suicídio por sobredose intencional de medicamentos atendidas por
um Centro de Controle de Intoxicações do Paraná, Brasil. Cad. Saúde Pública. Rio
de Janeiro. v.26 n.7. Jul. 2010
ROSA, N.M. et al. Intoxicações
associadas às tentativas de suicídio e suicídio em crianças e adolescentes. Rev.
Enferm. Recife. v.9 n.2 p.661-8. Fev. 2015
SANTANA, J.C.B. et al. Caracterização
das vítimas de tentativa de autoextermínio atendidas pelo Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) no município de Sete Lagoas e região. Rev.
Bioethikos. São Paulo. v.5 n.1 p. 84-92. 2011
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