O suicídio é a realização do
desejo de morrer ou dar fim à própria vida e acomete pessoas de todas as idades
e classes sociais. Diversos motivos podem levar alguém a cometer esse ato que
geralmente ocorre devido à necessidade de aliviar pressões externas como cobranças
sociais, culpa, remorso, depressão, ansiedade, fracasso, entre outros. As
pessoas querem se matar em busca de atenção por se sentirem esquecidas ou
ignoradas, uma solidão sentida, um isolamento insuportável. Algumas pessoas
sentem vontade de desaparecer, fugir ou de ir para um lugar ou situação melhor.
Sentem a necessidade de paz, descanso ou um final imediato aos tormentos que
não terminam.
O impulso suicida também é uma
reação natural, mas é mais comum nas pessoas que estão exaustas por dentro e
debilitadas emocionalmente. Geralmente essas pessoas tentam
suicídio usando mais de um tipo de substância química (medicamentosa ou não). Os
fármacos psicoativos (substâncias que alteram o estado mental), os tranquilizantes, antidepressivos e
anticonvulsivantes estão entre os medicamentos mais utilizados nas tentativas
de suicídio.
Nos medicamentos de venda livre o
que mais se destaca é a dipirona, diferentemente de outros países em que o paracetamol é utilizado na mesma
proporção dos antidepressivos e tranquilizantes. O medicamento é o principal
agente que causa intoxicação em humanos no Brasil. Tranquilizantes,
antigripais e antidepressivos são as classes que mais causam intoxicação. Cerca
de 44% das intoxicações foram classificados como tentativa suicídio.
A intoxicação por tranquilizantes
pode gerar sintomas como sedação, sonolência, fala arrastada, confusão mental,
depressão na respiração, diminuição da pressão arterial podendo levar a coma e
óbito. Em casos de intoxicação é indispensável assistência respiratória, se
necessário fazer uso de oxigênio. É de suma Importância o monitoramento da
respiração e dos sinais vitais. Para alguns fármacos, induzir ao vômito apenas
se a ingestão tiver sido realizada minutos antes, entretanto, alguns fármacos
não devem ser induzidos, pois podem acelerar o início da depressão e coma.
Nos casos em que o indivíduo está
consciente, é administrado carvão ativado. Já nos casos em que se encontra
inconsciente é realizada a lavagem gástrica.
Flumazenil é o antidoto usado para reverter a sedação e há melhora dos
efeitos respiratórios.
Os antidepressivos em doses
excessivas podem gerar sintomas como inconsciência prolongada, coma, convulsões,
depressão respiratória entre outros. Em caso de intoxicação o tratamento é
complexo, sendo realizado a lavagem gástrica, seguida de administração de
carvão ativado repetidamente. Não se deve induzir o vômito pois pode causar
convulsões. O paciente deve ser observado por no mínimo 6 horas.
Os anticonvulsivantes reduzem a atividade
motora, podem causar sedação leve, confusão, delírios, dificuldade na fala e até
coma. Em casos de intoxicação deve-se
ter assistência respiratória, monitoramento respiratório e cardiovascular. Na
tentativa de rever o caso é feita Lavagem gástrica, Carvão ativado entre outros.
A alcalinização urinária é feita para facilitar a excreção do fármaco tóxico. Nos casos de pacientes com insuficiência renal é necessário fazer hemodiálise, junto a medidas sintomáticas e
de manutenção.
Estudar e prevenir as tentativas
de suicídio é um processo complexo, um desafio que envolve recursos
financeiros e sensibilidade por parte dos profissionais envolvidos.
Laís Oliveira Reis – 8º semestre do curso de Farmácia
Referências:
BERNARDES, S.S., TURINI, C.A.,
MATSUO,T. Perfil das tentativas de suicídio por sobre dose intencional de
medicamentos atendidas por um Centro de Controle de Intoxicações do Paraná,
Brasil, Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, p. 1366-1372, jul., 2010
CENTRO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA,
falando abertamente sobre suicídio, Programas de Prevenção do Suicídio e Saúde
Mental.
SECRETARIA DA SAÚDE, (CCE) Intoxicações por Medicamentos,
Governo do Estado do Paraná. Disponível em: <http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1447>.
Acesso em: 14/09/2016.
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