A depressão é uma condição de
curso crônico e está frequentemente associada com incapacitação funcional e
comprometimento da saúde física. Pacientes deprimidos apresentam limitação da
sua atividade e bem-estar. A depressão é uma doença que não tem sido
diagnosticada e tratada em sua totalidade. Entre 30-60% dos casos de depressão
não são detectados por médicos clínicos gerais, quando em cuidados primários.
Muitas vezes, também não há tratamento suficientemente adequado e específico.
Aproximadamente 70% da morbimortalidade
associada à depressão pode ser prevenida com o tratamento correto. Quando
comparada com as principais condições médicas crônicas, a depressão só tem
equivalência em incapacitação às doenças isquêmicas cardíacas graves (doenças
causadas por falta de suprimento sanguíneo), causando mais prejuízo no status
de saúde do que angina, artrite, asma e diabetes.
A depressão é também um fator de
risco importante para suicídio em adolescentes e adultos, sendo a terceira
causa de morte em adolescentes entre 15 e 19 anos no mundo todo. O suicídio
como causa de morte só é precedido por morte em assaltos e acidentes com meios
de transporte, no sexo masculino, e por tumores e acidentes com meios de
transporte, no sexo feminino.
A prevalência de depressão é de
duas a três vezes mais frequente em mulheres do que em homens, considerando
estudos de diferentes países e populações. A maior prevalência em mulheres é
caracterizada a partir da adolescência, tendo grande associação com problemas
educacionais, de relacionamento com colegas e autoimagem negativa. Em pacientes
com infarto recente, o índice é maior que 30% e nos pacientes com câncer chega
a mais de 45%.
Antes de iniciar um tratamento
com antidepressivo é importante que o médico descarte o diagnóstico de
transtorno bipolar. A mudança de diagnóstico de depressão para transtorno
bipolar acontece em aproximadamente 10 a 20% dos casos. Isso é de grande
relevância clínica pois os antidepressivos podem precipitar mania. Uma crise de
mania pode se apresentar de diversas maneiras, inclusive com impulsividade e
falta de autocontrole, pensamentos acelerados, irritabilidade, agressividade,
sexualidade exacerbados, euforia, entre outros sinais.
A prescrição correta de
antidepressivos está associada com a diminuição do risco de suicídio e, quando
em continuação por seis meses, reduz em 50% o risco de recaídas. É importante a
consulta com médico especializado para que haja diagnóstico correto e
prescrição adequada. A automedicação nunca é recomendada, e no caso de
depressão, a cada tratamento falho diminui-se a chance de que o próximo
funcione.
A despeito da efetividade dos
medicamentos, é muito importante o apoio e suporte familiar e social, principalmente,
quando o quadro de depressão indicar nível leve ou moderado.
Thaís Damin Lima – 8º semestre do
curso de Farmácia
Referências:
FLECK, M. P. et al. Revisão das
diretrizes da Associação Médica Brasileira para o tratamento da depressão
(Versão integral). Rev Bras Psiquiatr. v. 31,Supl I, S7-17, 2009.
CURATOLO, E; BRASIL, H. Depressão
na infância: peculiaridades no diagnóstico e tratamento farmacológico. Rio de
Janeiro. J Bras Psiquiatr. v. 54, n. 3, p. 170-176, 2005.
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