O álcool é uma substância
depressora do Sistema Nervoso Central que, em quantidades excessivas, pode
ocasionar diversos problemas à saúde. Para as mulheres, em especial, os efeitos
aparecem mais rapidamente e de forma mais prolongada devido a diferenças na
metabolização. Na prática, o organismo feminino demora um tempo maior para
expelir o álcool.
Mestre em toxicologia e análises
toxicológicas, a professora Paula Carpes Victorio, do curso de Farmácia da
UniSantos, ressalta que o consumo em excesso pode desencadear doenças hepáticas
e cardiovasculares, câncer de mama, osteoporose e distúrbios psiquiátricos como
bulimia e anorexia. E os riscos podem ser ainda maiores quando a mulher possui
alterações hormonais significativas e outras doenças pré-existentes, além de alimentação
inadequada aliada ao sedentarismo.
De acordo com dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS), 3,2% das mulheres brasileiras apresentam algum
transtorno relacionado ao uso de álcool, sendo que 1,8% apresenta diagnóstico
de dependência. “Tanto o homem quanto a mulher são propensos, mas, devido às
suas particularidades, elas se tornam mais suscetíveis”, diz a especialista.
A professora alerta para os
perigos da dependência. “É importante pensar que, ingerir bebida alcoólica em
todos os eventos sociais, durante a semana e durante as refeições e, sobretudo,
se o indivíduo não consegue resolver situações problemáticas do cotidiano sem
antes consumir álcool, podemos estar diante de um caso de dependência, sendo
este um potencial risco para o bem viver”.
Na gravidez, especificamente, o
consumo é proibido. Paula explica que a placenta não atua como barreira ao
álcool e com isso toda e qualquer quantidade consumida pela gestante acaba afetando
o embrião/feto. A principal consequência é a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que
é a formação inadequada do encéfalo e neurônios. “Além da SAF, é possível nascimento
prematuro, aborto e prejuízos cognitivos e comportamentais”.
Padrões de consumo – De acordo com dados do II Levantamento
Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, o
consumo alcoólico de 5 doses ou mais por mulheres cresceu de 17% para 27% de
2006 para 2012. A regularidade de mulheres que bebem pelo menos uma vez por
semana também aumentou. Ela passou de 27% em 2006 para 38% em 2012.
Liliane Souza – 7º semestre do
curso de Jornalismo
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