sexta-feira, 31 de março de 2017

Novidades sobre autismo

O transtorno do espectro autista é caracterizado por sintomas que debilitam a sua comunicação e habilidades sociais, além de ser marcado, também, por comportamentos ou interesses restritivos e repetitivos. Esses sintomas normalmente são percebidos pelos pais em uma idade em que a criança deveria estar desenvolvendo suas capacidades de comunicação, porém falha.

Não existe uma cura para o autismo, pois as terapias e medicamentos utilizados no seu tratamento têm o propósito de apenas controlar os sintomas. O tratamento mais usual é a terapia familiar e psicológica. Essa estratégia terapêutica ajuda a guiar o autista em como ele deve ser mais comunicativo em ambientes sociais e educa os pais a como devem agir em certas situações e saber apoiar o filho da maneira mais eficiente possível. Na terapia medicamentosa, normalmente é utilizada a risperidona para a manutenção de comportamentos agressivos ou de distúrbios que estejam acompanhando o autismo.

Há diversas pesquisas procurando por novas terapias no tratamento do autismo, algumas propondo novas abordagens medicamentosas e novas substâncias e outras pesquisas ressaltando a importância de terapias psicológicas e comportamentais, como a musicoterapia e a terapia em conjunto com os pais. Estudos recentes afirmam que a utilização de ocitocina, um hormônio capaz de desenvolver a capacidade de empatia e confiança, tem se demonstrado eficaz no controle dos sintomas do autismo.

Medicamentos que já estão no mercado também são alvos de estudo, verificando se eles também teriam uma boa aplicabilidade no tratamento do autismo. Exemplos desses medicamentos são a buspirona e o propranolol. Acredita-se que a buspirona possa melhorar a condição emocional do autismo quando utilizada junto com a risperidona para tratar a irritabilidade. O propranolol, por sua vez, tem se demonstrado eficaz na manutenção das habilidades de conversação em jovens adultos com autismo, fazendo com que haja mais reciprocidade no momento da conversa.

Há estudos sugerindo a utilização de probióticos, os quais são medicamentos contendo microrganismos que poderiam ajudar no tratamento do autismo, ao considerar que os microrganismos presentes nesse medicamento passariam a produzir essas substâncias essenciais para o controle da doença. Há possibilidades de que o uso de antibióticos por parte da mãe durante a gravidez alteraria a biota do bebê, favorecendo o aparecimento do espectro autista. Esse apontamento se dá porque as bactérias que vivem no nosso organismo de forma pacífica são responsáveis pela produção de diversas substâncias essências à nossa saúde.

É importante lembrar que ainda são estudos recentes. Para uma substância ou uma forma terapêutica ser aprovada, é necessário passar por uma série de testes para saber se é uma forma terapêutica segura e eficiente. Nunca utilize medicamentos por conta própria por ter lido artigos a favor de substâncias que ainda não tenham sua utilização cientificamente comprovadas. Sempre se oriente com o seu farmacêutico e saiba mais sobre o processo de desenvolvimento de novos medicamentos lendo o texto publicado sobre Medicamentos Autorizados.

João Gabriel Gouvêa da Silva – 5° semestre do curso de Farmácia

Referências:

HIROSAWA, T., et al.. A pilot study of serotonergic modulation after long-term administration of oxytocin in autism spectrum disorder. Autism Research. Connecticut, doi:10.1002/aur.1761.

CHOUEIRI, R.N; ZIMMERMAN, A.W. New Assessments and Treatments in ASD. Curr Treat Options Neurol, v.19, n.6, 2017.

FRYE, R.E. et al. Approaches to studying and manipulating the enteric microbiome to improve autism symptoms. Microb Ecol Health Dis,  v.26, 2015.

MAIA, et al. Importância do acolhimento de pais que tiveram diagnóstico do transtorno do espectro do autismo de um filho. Cad. saúde colet. Rio de Janeiro, v. 24, n.2, Abr./Jun. 2016.

Nenhum comentário:

Postar um comentário