O transtorno do espectro autista
é caracterizado por sintomas que debilitam a sua comunicação e habilidades
sociais, além de ser marcado, também, por comportamentos ou interesses
restritivos e repetitivos. Esses sintomas normalmente são percebidos pelos pais
em uma idade em que a criança deveria estar desenvolvendo suas
capacidades de comunicação, porém falha.
Não existe uma cura para o autismo, pois as terapias e medicamentos utilizados no seu tratamento têm o propósito de apenas controlar os sintomas. O tratamento mais usual é a terapia familiar e psicológica. Essa estratégia terapêutica ajuda a guiar o autista em como ele deve ser mais comunicativo em ambientes sociais e educa os pais a como devem agir em certas situações e saber apoiar o filho da maneira mais eficiente possível. Na terapia medicamentosa, normalmente é utilizada a risperidona para a manutenção de comportamentos agressivos ou de distúrbios que estejam acompanhando o autismo.
Há diversas pesquisas procurando por novas
terapias no tratamento do autismo, algumas propondo novas abordagens
medicamentosas e novas substâncias e outras pesquisas ressaltando a importância
de terapias psicológicas e comportamentais, como a musicoterapia e a terapia em
conjunto com os pais. Estudos recentes afirmam que a utilização de ocitocina,
um hormônio capaz de desenvolver a capacidade de empatia e confiança, tem se
demonstrado eficaz no controle dos sintomas do autismo.
Medicamentos que já estão no
mercado também são alvos de estudo, verificando se eles também teriam uma boa
aplicabilidade no tratamento do autismo. Exemplos desses medicamentos são a
buspirona e o propranolol. Acredita-se que a buspirona possa melhorar a
condição emocional do autismo quando utilizada junto com a risperidona para
tratar a irritabilidade. O propranolol, por sua vez, tem se demonstrado eficaz na
manutenção das habilidades de conversação em jovens adultos com autismo,
fazendo com que haja mais reciprocidade no momento da conversa.
Há estudos sugerindo a utilização
de probióticos, os quais são medicamentos contendo microrganismos que poderiam
ajudar no tratamento do autismo, ao considerar que os microrganismos presentes
nesse medicamento passariam a produzir essas substâncias essenciais para o
controle da doença. Há possibilidades de que o uso de antibióticos por parte da mãe
durante a gravidez alteraria a biota do bebê, favorecendo o aparecimento do espectro
autista. Esse apontamento se dá porque as bactérias que vivem no nosso
organismo de forma pacífica são responsáveis pela produção de diversas
substâncias essências à nossa saúde.
É importante lembrar que ainda
são estudos recentes. Para uma substância ou uma forma terapêutica ser
aprovada, é necessário passar por uma série de testes para saber se é uma forma
terapêutica segura e eficiente. Nunca utilize medicamentos por conta própria
por ter lido artigos a favor de substâncias que ainda não tenham sua utilização
cientificamente comprovadas. Sempre se oriente com o seu farmacêutico e saiba
mais sobre o processo de desenvolvimento de novos medicamentos lendo o texto publicado sobre Medicamentos Autorizados.
João Gabriel Gouvêa da Silva – 5°
semestre do curso de Farmácia
Referências:
HIROSAWA, T., et al.. A pilot
study of serotonergic modulation after long-term administration of oxytocin in
autism spectrum disorder. Autism Research. Connecticut, doi:10.1002/aur.1761.
CHOUEIRI, R.N; ZIMMERMAN, A.W. New
Assessments and Treatments in ASD. Curr Treat Options Neurol, v.19, n.6, 2017.
FRYE, R.E. et al. Approaches to
studying and manipulating the enteric microbiome to improve autism symptoms. Microb
Ecol Health Dis, v.26, 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário