Quando falamos de medicamento
sempre há uma relação de risco e benefício, sendo necessário saber pesar os prós
e contras, pois nenhum medicamento é isento de reações adversas. Para o uso de um
medicamento ser justificado, o seu uso tem que trazer mais benefícios do que
malefícios, ou seja, os benefícios que ele irá trazer para a terapêutica valem
muito mais do que as possíveis reações adversas que poderiam ser causadas.
Podemos
chamar de reação adversa ao medicamento (RAM) qualquer resposta prejudicial ou
indesejada após a utilização do medicamento. Diversos fatores podem influenciar
essas respostas prejudiciais, como por exemplo, a idade, gênero, utilização de
mais de um medicamento, etc. Estudar e identificar essas reações são papel dos
centros de farmacovigilância, que monitora constantemente os medicamentos no
mercado.
A farmacovigilância tem o papel
de identificar as reações adversas ao medicamento (RAM) e passar essas
informações aos órgãos regulatórios, como a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), por exemplo. Uma das maneiras que esses centros adotam para
a identificação de reações adversas ao medicamento (RAM) são as notificações
emitidas diretamente por profissionais que lidam desde a prescrição até dispensação
do medicamento. Porém, a grande dificuldade é a identificação dessas RAM de
maneira qualificada, pois elas podem causar desde a alteração no humor do
indivíduo até uma reação alérgica mais evidente, ou podendo, muitas vezes, ser
discreta.
Outro
problema relacionado às RAM é que elas são imprevisíveis. Quando um medicamento
está na fase de testes, há os testes de toxicidade, que normalmente são
voltadas a uma pequena população em que está sendo testado o medicamento.
Nesses testes é difícil prever essas RAM pelo fato de não ter animais de
laboratório que consigam mimetizar por completo o metabolismo humano e também
porque as características genéticas dos indivíduos se diferem, podendo cada um
ter uma determinada reação ou determinado metabolismo a certo medicamento.
As
RAM são complexas, sendo que no Brasil seus estudos ainda são escassos. Também
é papel dos cidadãos relatar aos profissionais médicos ou farmacêuticos que
tipo de mudanças passou a sentir desde a tomada do medicamento. Algumas RAM podem
passar despercebidas aos olhos de profissionais, pois causam alterações que
apenas o paciente pode relatar, como por exemplo, as alterações de humor. Nunca
guarde informações do seu médico ou farmacêutico, qualquer diferença que sentir
ao tomar o medicamento, é importante notificar.
João Gabriel Gouvêa da Silva – 5°
semestre do curso de Farmácia
Referências:
MODESTO, A.C.F. et al. Reações
Adversas a Medicamentos e Farmacovigilância: Conhecimentos e Condutas de
Profissionais de Saúde de um Hospital da Rede Sentinela. Rev. bras. educ. med. Rio
de Janeiro v.40, n.3, Jul./Set. 2016.
DIAS, A.T.N. et al. Reações
alérgicas a medicamentos. J. Pediatr. (Rio J.). Porto Alegre, v.80,
n.4, Jul/Ago. 2004.
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