quarta-feira, 22 de março de 2017

Reações adversas ao medicamento

Quando falamos de medicamento sempre há uma relação de risco e benefício, sendo necessário saber pesar os prós e contras, pois nenhum medicamento é isento de reações adversas. Para o uso de um medicamento ser justificado, o seu uso tem que trazer mais benefícios do que malefícios, ou seja, os benefícios que ele irá trazer para a terapêutica valem muito mais do que as possíveis reações adversas que poderiam ser causadas. 

Podemos chamar de reação adversa ao medicamento (RAM) qualquer resposta prejudicial ou indesejada após a utilização do medicamento. Diversos fatores podem influenciar essas respostas prejudiciais, como por exemplo, a idade, gênero, utilização de mais de um medicamento, etc. Estudar e identificar essas reações são papel dos centros de farmacovigilância, que monitora constantemente os medicamentos no mercado.

A farmacovigilância tem o papel de identificar as reações adversas ao medicamento (RAM) e passar essas informações aos órgãos regulatórios, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por exemplo. Uma das maneiras que esses centros adotam para a identificação de reações adversas ao medicamento (RAM) são as notificações emitidas diretamente por profissionais que lidam desde a prescrição até dispensação do medicamento. Porém, a grande dificuldade é a identificação dessas RAM de maneira qualificada, pois elas podem causar desde a alteração no humor do indivíduo até uma reação alérgica mais evidente, ou podendo, muitas vezes, ser discreta.

Outro problema relacionado às RAM é que elas são imprevisíveis. Quando um medicamento está na fase de testes, há os testes de toxicidade, que normalmente são voltadas a uma pequena população em que está sendo testado o medicamento. Nesses testes é difícil prever essas RAM pelo fato de não ter animais de laboratório que consigam mimetizar por completo o metabolismo humano e também porque as características genéticas dos indivíduos se diferem, podendo cada um ter uma determinada reação ou determinado metabolismo a certo medicamento.

As RAM são complexas, sendo que no Brasil seus estudos ainda são escassos. Também é papel dos cidadãos relatar aos profissionais médicos ou farmacêuticos que tipo de mudanças passou a sentir desde a tomada do medicamento. Algumas RAM podem passar despercebidas aos olhos de profissionais, pois causam alterações que apenas o paciente pode relatar, como por exemplo, as alterações de humor. Nunca guarde informações do seu médico ou farmacêutico, qualquer diferença que sentir ao tomar o medicamento, é importante notificar.

João Gabriel Gouvêa da Silva – 5° semestre do curso de Farmácia

Referências:

MODESTO, A.C.F. et al. Reações Adversas a Medicamentos e Farmacovigilância: Conhecimentos e Condutas de Profissionais de Saúde de um Hospital da Rede Sentinela. Rev. bras. educ. med. Rio de Janeiro v.40, n.3, Jul./Set. 2016.

DIAS, A.T.N. et al. Reações alérgicas a medicamentos. J. Pediatr. (Rio J.). Porto Alegre, v.80, n.4, Jul/Ago. 2004.

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