A biotecnologia é um conjunto de
ferramentas que utilizam seres vivos para a produção de substâncias de
interesse econômico ou social. As ferramentas biotecnológicas, embora sejam
reconhecidas como tecnologias atuais, são métodos utilizados há séculos,
por exemplo, para a produção de cervejas e pães. Já era conhecida a capacidade
de determinados microrganismos realizarem o processo de fermentação e
fornecerem produtos de interesse econômico que são oriundos de processos
fermentativos.
Os microrganismos ainda possuem
grande importância na obtenção de substâncias fundamentais para a saúde. Por
exemplo, nos tempos antigos já eram descritos métodos de combate a infecções
bacterianas nos pés utilizando sapatos mofados, pois os fungos secretam
metabólitos capazes de combater bactérias. A importância dos metabólitos de
fungos começou a ser mais investigada a partir da descoberta de um pesquisador Fleming, que descobriu um dos antibióticos mais utilizados atualmente, a
penicilina.
Os fungos permitiram a produção
de diversos tipos de antibióticos pelo aproveitamento dos metabólitos do
próprio fungo, que são largamente utilizados nas terapias. Já as bactérias são
comumente utilizadas para produção de insulina, substância de uso necessário em
pacientes diabéticos tipo I, porém, as bactérias são induzidas a produzirem a
substância de interesse, não sendo um metabólito próprio do metabolismo
bacteriano.
Essa indução se dá pelo uso da
ferramenta biotecnológica, denominada engenharia genética. A engenharia
genética consiste na manipulação do DNA de um organismo vivo, podendo apagar ou
adicionar novos genes. Os genes são
áreas determinadas do DNA responsáveis por produzir algo no organismo. Como exemplo,
é possível citar a produção de um hormônio ou uma proteína a partir das
informações genéticas presentes no DNA.
A estrutura das células
bacterianas é diferente das de origem animal, o que facilita a utilização da
engenharia genética. Para forçar uma bactéria a produzir uma substância de
interesse, é necessário inserir o gene responsável por sua produção em uma
estrutura bacteriana, chamada plasmídeo, responsável por conferir informações
genéticas adicionais à bactéria, tais como resistência a antimicrobianos. Se o
gene for inserido com sucesso, a bactéria passará a produzir a substância. A
biotecnologia ainda é uma tecnologia muito investigada e que possui muitas
aplicações, porém dependentes de mais estudos e investimentos.
João Gabriel Gouvêa da Silva – 6°
semestre do curso de Farmácia
Referências:
LOPES, et al. A produção de
insulina artificial através da tecnologia do DNA recombinante para o tratamento
de diabetes mellitus. Revista da Universidade Vale do Rio Verde. Três Corações,
v. 10, n. 1, p. 234-245, 2012.
CARRER, et al. Biotecnologia na
agricultura. Estud. av. São Paulo, v.24, n.70, 2010.
TAKAHASHI, J.A.; LUCAS, E.M.F.
Ocorrência e diversidade estrutural de metabólitos fúngicos com atividade
antibiótica. Quim. Nova, v. 31, n. 7, p.1807-1813, 2008.
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