O colesterol
consiste na elevação dos níveis lipídicos, em especial da lipoproteína de baixa
densidade (LDL-C), sua elevação acarreta na formação de ateromas, os quais são
caracterizados como o acúmulo de lipídios na parede interna da artéria. A
formação de ateromas está diretamente relacionada com doenças cardiovasculares,
as quais segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) foram a principal causa
de morte no mundo. Estima-se que 17,5 milhões de pessoas morreram de doenças
cardiovasculares em 2012, representando 31% de todas as mortes em nível global.
Com isso, evidencia-se que a dislipidemia, somada à outros fatores de risco,
constitui um problema mundial de saúde pública.
A primeira abordagem
a ser adotada para realização do tratamento farmacológico do colesterol é a
utilização de estatinas (http://bit.ly/2xnFTlc),
classe medicamentosa que possui a ação de reduzir os níveis lipídicos. Dentre
as estatinas, seis delas são as mais utilizadas no tratamento farmacológico,
como lovastatina, pravastatina, sinvastatina, fluvastatina, atorvastatina e
rosuvastatina. Todas elas têm, de maneira geral, o mesmo efeito farmacológico
final. Mas cada uma delas apresenta diferenças farmacocinéticas, que é o
caminho percorrido pelo medicamento no organismo e todas as alterações sofridas
até ser eliminado na urina ou fezes, e também em sua lipossolubilidade, que
consiste na capacidade do fármaco se ligar as células.
Quanto a
efeito farmacológico, a atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e
Prevenção da Aterosclerose realizada em 2017 mostra que a rosuvastatina 40 mg realiza
uma redução de cerca de 50% ou mais dos níveis lipídicos, enquanto a
pravastatina 40mg realiza uma redução que varia entre 30% a 50%. O mesmo
acontece com a atorvastatina 80 mg, que reduz 50% ou mais, enquanto a
sinvastatina 80mg e fluvastatina 80mg reduzem de 30% a 50%. Via de regra, essa
classe medicamentosa tende a ser bem tolerada pelo organismo, entretanto alguns
efeitos como distúrbios gastrointestinais, aumento da concentração plasmática
das enzimas hepáticas, e insônia podem ser notados. Pacientes
que não podem fazer uso de estatinas indica-se a terapia combinada de niacina,
ezetimiba e ou colestiramina. Contudo os benefícios que o tratamento
farmacológico proporciona superam os riscos de que ocorra algum efeito
indesejado, reforçando assim, a adesão contínua ao tratamento.
Mayra
Ivonete Wessling – 6º semestre do curso de Farmácia.
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