Agosto é o mês do aleitamento
materno, de acordo com a legislação brasileira. Não se trata apenas de mais uma
data comemorativa, mas de um momento dedicado à intensificação de ações para
conscientizar e explicar a importância do leite materno para o desenvolvimento
do bebê. Muito se fala sobre isso, mas, na prática, apenas 38% das crianças do
mundo são amamentadas exclusivamente com leite materno até os seis meses,
conforme dados da Organização Mundial da Saúde.
Segundo a professora mestre Joice
Maria Pacheco Antonio Fernandes, coordenadora do curso de Enfermagem da
UniSantos, além de passar os nutrientes necessários para o crescimento do bebê,
o leite materno ajuda na digestão e na defesa do organismo. Joice ressalta que
ele já é um alimento completo, que inclusive deve ser dado por livre demanda.
Por isso, não é preciso complementar com outros alimentos, pelo menos até os
seis meses de vida.
Isso não significa que os
industrializados não possam ser benéficos. Joice explica que para casos
específicos, como o de bebês alérgicos ao leite materno, eles são fundamentais.
Mas não basta dizer “não tenho leite” e logo em seguida alimentar o bebê com
leites em pó e de caixinha, ou até mesmo deixar que outra mulher amamente.
A professora conta que é preciso
estímulo mamário para que possa haver a formação de leite. Isso significa que
qualquer mulher pode, mesmo sem estar grávida? De acordo com a professora, sim.
Ela explica que até mesmo no ato sexual, quando há excesso de estímulo mamário,
é possível que isso aconteça. “Não é a gravidez que forma leite. É a
estimulação sensorial e tudo. O estímulo é o que faz com que você tenha mais ou
menos leite. Se você parar de estimular ele vai diminuindo”.
Existem alguns fatores que
impedem a formação de leite, como o uso de hormônios para evitar a gravidez. É
o caso do estrógeno, presente em anticoncepcionais. “Caso a mulher tenha
acabado de ter o neném, se for usar hormônios, só à base de progesterona. Senão
ele breca a formação do leite”, diz a docente.
Mas não basta ter leite para
poder amamentar. É preciso fazer uma série de exames, caso contrário, o bebê
pode ser infectado. As doenças maternas mais comuns são causadas por vírus,
bactérias e fungos.
Doação de leite – Mulheres que
produzem um volume excedente de leite podem ser doadoras de um Banco de Leite
Humano. Em Santos, o banco de leite fica no Hospital Guilherme Álvaro (Rua
Doutor Oswaldo Cruz, 197 Boqueirão). Clique aqui e
confira a lista de bancos de leite em todo o país.
Liliane Souza – 8º semestre do
curso de jornalismo
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