quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Uso de bupropiona no tabagismo

O tabagismo é uma doença crônica de dependência à nicotina, substância presente no tabaco, que pode ser consumido principalmente por meio de cigarros. A nicotina atua no cérebro imitando certas estruturas químicas responsáveis por estimular determinadas funções, os neurotransmissores. Dentre esses neurotransmissores, há a acetilcolina e a dopamina. A acetilcolina está relacionada com diversas funções, como movimentação dos braços e pernas e liberação de outros hormônios que irão resultar, por exemplo, em alterações de humor. Já a dopamina está muito relacionada com o prazer e saciedade. Então, a nicotina no cérebro terá uma ação bastante complexa.
Pelo fato da nicotina proporcionar essas sensações de bem-estar, é comum o indivíduo passar a fumar cada vez mais, até se tornar um hábito ou dependente. Esse hábito é difícil de ser interrompido, pois quando o indivíduo começa sentir a falta da nicotina, ele passa a ter sintomas característicos que ocorrem na falta da substância que costuma utilizar. Esse conjunto de sintomas característicos que ocorre após a interrupção da administração da droga chama-se síndrome de abstinência.

Dependendo do jeito que o indivíduo está acostumado a fumar ou do contexto social em que está inserido, lidar com a síndrome de abstinência pode ser uma tarefa muito difícil. A intervenção medicamentosa pode ser a escolha sensata para ajudar a pessoa superar a adição à nicotina, sendo a bupropiona um medicamento muito utilizado para este fim.

A bupropiona é um medicamento que, originalmente, era usado como antidepressivo. Ela causa um aumento dos níveis de dopamina no cérebro, tendo um efeito similar aos da nicotina em questões de prazer, amenizando os sintomas da síndrome de abstinência. A vantagem da medicação é a administração de doses controladas, que posteriormente serão diminuídas até essa substância não fazer falta, ao contrário do cigarro, que não se tinha o controle da dose.

Deve ser salientado que o medicamento por si só não irá fazer o hábito de fumar cessar, ele irá ajudar apenas na questão da abstinência. Ele é uma ferramenta secundária, não sendo o fator decisivo que o fará parar de fumar.  Cada fumante tem sua particularidade e suas necessidades durante ao tratamento, podendo ter casos que nem seja necessária a medicação. Nunca saia do consultório médico ou de uma farmácia com dúvidas, ter conhecimento deste tratamento é imprescindível para seu sucesso.

João Gabriel Gouvêa da Silva – 6° semestre do curso de Farmácia

Referências:

FRANKEN, R.A. et al. Nicotina. Ações e Interações. Arq Bras Cardiol. São Paulo, v.66, n. 1, 1996


SILVA, L.C.C. Tratamento do tabagismo. Revista da AMRIGS. Porto Alegre, v.54, n.2, p.232-239, Abr./Jun. 2010

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