Para a
prescrição médica, sempre há o medicamento de primeira escolha, mais comumente
prescrito. Para o tratamento das dislipidemias, os medicamentos de primeira
escolha são as estatinas. As estatinas possuem resultados terapêuticos
significativos, porém há estudos afirmando que muitos pacientes tratados com
esses medicamentos não atingem o resultado terapêutico esperado.
Nessa
condição, serão necessárias terapias complementares, sejam elas medicamentosas
ou não. Como exemplo de opção não medicamentosa, para o controle da
dislipidemia, há de se melhorar a qualidade do tipo de alimentos ingeridos.
Porém, há casos da necessidade de substituição da classe terapêutica ou de
associação com outros medicamentos.
As estatinas
atuam inibindo a síntese do colesterol, indicado para a dislipidemia mais
comum, a hipercolesterolemia. Há outros tipos de dislipidemia que necessitam de
diferentes abordagens, utilizando medicamentos mais eficazes para cada
dislipidemia. Dentre as opções, três são os mais utilizados: os inibidores da
absorção do colesterol no intestino, os fibratos e os sequestrantes dos ácidos
biliares.
Os
inibidores da absorção do colesterol inibem a absorção do colesterol nas
células intestinais, os enterócitos. Eles apresentam bons resultados de tolerabilidade
e eficácia em doses baixas, podendo ser utilizados junto às estatinas ou de
maneira isolada. Já os fibratos atuam reduzindo os triglicerídeos e aumentando
o HDL, popularmente chamado de “colesterol bom”. Os fibratos raramente
apresentam efeitos colaterais, mas não devem ser utilizados em associação às
estatinas, pois esta combinação pode resultar em efeitos indesejados. Esses
medicamentos são indicados como primeira escolha em casos de
hipertrigliceridemia, ou seja, aumento de triglicerídeos, diferente da
indicação das estatinas.
Os ácidos
biliares atuam diretamente sobre os lipídeos ingeridos durante a alimentação.
Eles permitem que as enzimas possam interagir com os lipídeos para
transformá-los em moléculas menores e mais complexas, permitindo a sua
absorção. Os sequestrantes de ácidos biliares irão inibir a ação dos ácidos
biliares, não permitindo que os lipídios não sejam absorvidos. Esses
medicamentos possuem grande vantagem, pois eles agem de maneira local e não
agem de maneira sistêmica, no organismo todo. Porém, por agirem sobre uma
importante função fisiológica, podem prejudicar a absorção de outros
medicamentos e até mesmo de vitaminas.
Cada caso
deve ser analisado individualmente pelo médico e, se possível, de maneira
interdisciplinar, com o apoio e supervisão de outros profissionais. Como há
diversas classes de medicamentos para a dislipidemia, o tratamento pode ficar
confuso para o paciente, portanto sempre esclareça suas dúvidas com o médico
durante o momento da prescrição ou com o farmacêutico no momento da aquisição
do medicamento.
João Gabriel Gouvêa da Silva – 6° semestre
do curso de Farmácia
Referências:
MAGALHÃES,
M.E.C, et al. Novas Perspectivas no Tratamento das Dislipidemias. Revista da SOCERJ.
Rio de Janeiro, v. 17, n.2, p.105-111, Jun. 2004.
XAVIER, H.T, et al. V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arq. Bras. Cardiol. São Paulo, v.101, n,4, supl.1, Out. 2013
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